Andei revendo alguns dos meus primeiros textos, vasculhando coisas que publiquei no site no começo de minha conversão e percebi que discordo de grande parte do que anotei há quatro ou cinco anos.
Achei algumas coisas bem estranhas e pensei em tirar tudo do ar (estão públicos no blog, aqui e aqui) e deixar apenas as mensagens que condizem – ou não contradizem – minha visão atual a respeito de Deus, a igreja e as coisas que circundam nossa espiritualidade. Olhando para trás, sinto que eu era um penoso protótipo de evangélico fundamentalista.
Sem a pretensão de ser como tal, lembrei da frase atribuída ao nosso ex-presidente, Fernando Henrique Cardoso, quando questionado sobre as contradições de seu discurso. “Esqueçam o que escrevi”, pediu na ocasião.
Mas, contrariando o primeiro impulso, resolvi deixar tudo lá. Discordo de mim mesmo em diversas coisas e leio alguns desses textos envergonhado pela sua visão tão pequena e religiosa. Mas não os apaguei justamente porque acho que deixar livre e transparente essa opinião passa em alguma parte pelo processo sadio de evolução, crescimento e maturidade pessoal dessa caminhada (que, definitivamente, ainda não atingi).
Apesar de já não pensar como antes e não ver motivos para permitir que algumas idéias se difundam pelos mecanismos de busca do Google (tem gente que chega ao site justamente por meio dos textos mais antigos), estou contente em saber que a respeito do que enxergo hoje acerca disso tudo, sinto-me uma pessoa melhor e mais feliz com meu Deus. No fim, acho que é o que vale realmente.