por Luiz Henrique Matos
Eu sou um distraído. Esqueço das coisas quase sempre. Por isso anoto tudo, por isso me organizo excessivamente.
Esqueço carteira, reuniões, chaves, blusa e crachás – só não esqueço nomes, sabe lá por que, mas não vem ao caso. Às vezes, esqueço até dos sentimentos. Às vezes eu esqueço a tristeza. Estou triste e de repente me distraio. E, não sei não, acho que às vezes a tristeza faz parte. É como a dor. Não faz bem esquecer a dor. Dor nas costas, por exemplo, que fica ali quietinha, confortável. Mas aí, se de repente você se mexe do jeito errado… aiii!
Agora, da alegria eu não esqueço. Da alegria eu não me perco, fico nela concentrado, empenhado, distraído. Alegria é distração. E a alegria, a minha, tem cara, tem jeito, tem gosto. Tem a cara da Nina sorrindo, tem o jeito de Deus me mimando, tem o gosto do beijo da minha Manú.
Mas aí, de vez em quando, vem a tristeza e sua teimosia e, nessas horas, se você mexe do jeito errado… aiii! E aí eu já nem me esforço em me concentrar. Eu fico ali, ansioso por uma alegria pra me distrair.
E ela aparece, e sorri, como agora.
—
(Notas para eu não esquecer: anotação do dia 16/5/9, por volta de oito da noite; o crédito da foto é do blog Interlúdio)
Também sou esquecido e também sorri ao ler o post. Que Deus conserve sempre esse sorriso.
:)
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Jorge, olá!
Lendo seu comentário, pensei no título de um livro do C. S. Lewis (só no título, o livro não trata sobre o assunto): “Surpreendido pela Alegria”. De fato, é ela quem nos interrompe sempre na hora certa.
Abraço!
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