Era tarde, a família dormia, o casebre já todo escuro e ele deitado na cama fazia sua leitura à luz do lampião antes do sono chegar. A janela do quarto aberta deixava entrar um fio de luz da lua, o chamado de um pássaro longe do ninho, o ronco de uma carreta rasgando a estrada distante.
De repente a cortina ergueu-se e chacoalhava pelo quarto todo. Ele se levantou. Um vento vindo do oeste invadia a casa, o cheiro da terra erguia-se. Enquanto fechava o trinco da janela de madeira para contar o vento, pensava “vai chover. Já já chove”. E como fazia falta aquela água! Ele sabia. A lavoura clamava de sede, o gado se arcava de sede. Sua alma. Fosse outro tempo, dava-se um jeito, mas agora já não tinha por onde escapar. Ele precisava plantar.
Belo texto velho. Gostei demais.
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Me transportei para o cenário! Lindo demais!
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