
Há uma mensagem entalhada na cruz; há um eco no túmulo vazio.
Somos pessoas remidas, somos seres eternos. Ao crermos em Jesus, em sua mensagem e na ressurreição, recebemos por antecipação a dádiva da eternidade. Somos salvos, isentos de culpa, somos amados e livres para ser e amar. A consciência disso deveria naturalmente transformar nosso semblante e inspirar nossa maneira de viver integralmente. Deveríamos ser mais gratos, mais afetuosos, caridosos, servis, menos egoístas. Deveríamos refletir o caráter gracioso de Jesus Cristo no mundo em cada fôlego de vida. Porque Deus, o dono do Universo, o criador de todas as coisas, o Pai, nos ama, habita em nós e nos chama de filhos.
Mas a obscuridade do mundo nos desvia o olhar. Deixamo-nos dispersar e perder a rota. Somos afetados pelas circunstâncias, pelas sombras que se projetam sobre nossas almas, pela dúvida que paira no canto do ouvido, pelo pecado que nos isola. Permitimos que a soma dos fatos cotidianos nos disperse. Os erros, nossos e dos outros, as notícias do cotidiano, da política, de guerras, um funk tocando alto, um cadarço desamarrado, uma discussão em casa, um pastor corrupto em evidência, uma tempestade que surge sem avisar. E tudo isso é tão pequeno, é fugaz, mas deixamos que questões superficiais, efêmeras e passageiras nos desviem da rota e afetem nosso senso sobre a realidade.
E a realidade não é, absolutamente, o que se passa sob nosso olhar inquieto. A realidade suprema, devastadora e pungente, é a eternidade, a paz, o amor transcendente da graça divina nos tomando nos braços para sempre.
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