Não podemos sair de dentro de nós mesmos

Hemingway, em “O sol também se levanta”:

– Escute, Jake – e curvou-se sobre o balcão – nunca tem a impressão de que sua vida vai passando sem você aproveitá-la? Não percebe que já viveu a metado do tempo que tem para viver?
– Sim, isso me acontece de vez em quando.
– Sabe que dentro de trinta e cinco anos já estará morto?
– Que diabo! Francamente, Robert!
– Estou falando sério.
– Isso é coisa que não me preocupa.
– Devia preocupar-se.
– Tenho tido sempre preocupações. Já estou farto delas – respondi.
– Bem, eu queria ir à América do Sul.
– Escute, Robert, tanto faz um país como outro. Tenho experiência disso. Não podemos sair de dentro de nós mesmos. Não adianta.

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Vocês afirmam ter um Salvador. Por que não parecem salvos?

Mais de cem anos atrás, o filósofo ateu Friedrich Nietzche censurou um grupo de cristãos com as seguintes palavras: “Eca! Vocês me enojam!”. Quando o porta-voz dos cristãos perguntou por que, Nietzche respondeu: “Porque vocês, remidos, não parecem remidos. São tão cheios de temor, tão dominados pela culpa, tão ansiosos, tão confusos e tão sem direção quanto eu. Mas eu posso ser assim. Eu não creio. Não tenho nada sobre o que lançar a minha esperança. Mas vocês afirmam ter um Salvador. Por que não parecem salvos?”

– Brennan Manning, em Convite à solitude (p. 26)

Chesterton para uma noite de terça

Tudo é uma posição da mente, e neste momento estou em uma posição confortável. Vou sentar-me e deixar que as maravilhas e aventuras pousem em mim como moscas. Há muitas delas, garanto. O mundo nunca sofrerá com a falta de maravilhas, mas apenas com a falta da capacidade de se maravilhar.

– G. K. Chesterton

Citação na contracapa do livro “Tremendas Trivialidades”