Um minuto de silêncio


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Um minuto de silêncio.

Diante da magnitude da vida,
da brevidade dos dias,
da insignificância do pó,
do quarto vazio,
da profundeza de cada lembrança,
da saudade.

Diante do retrato sereno,
do sol que se põe,
da doce voz que cessa,
da noite escura da alma,
da lágrima que toca o solo,
de saudade.

Diante do que não se leva,
de cada história e memória,
diante do trono do Eterno,
da voz de consolo,
do alvorecer de um novo dia,
só saudade.

Diante do que me calo,
antes,
para que Deus fale.

Descanse, vó branca. Você merece a eternidade a você reservada. E seja lá como for o céu, sei que ele ficará mais bonito a partir de hoje.

Há três anos, escrevi esse texto em que meu pai dizia que ela já estava “se despedindo da gente”. Como boa mineira, levou três anos para partir de repente.


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5 comentários sobre “Um minuto de silêncio

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