Próxima parada

por Luiz Henrique Matos

São pouco mais de seis horas da manhã, seus olhos ainda lutam contra a claridade do dia, sua língua ainda sente o paladar misto do café com o hortelã do creme dental, seu corpo ainda habitua-se às poucas horas em que está em pé e apesar disso, João caminha pela estreita viela em direção à avenida no fim da rua. Ele dobra a esquina e de longe enxerga o ponto de ônibus, como sempre, lotado.

O excesso de gente já não é novidade, o mesmo ocorre todos os dias. A cada trinta minutos (quando não há greve), a condução pára e toda a multidão se acotovela para passar ao mesmo tempo por aquela pequena porta. O prêmio da disputa é valioso, um espaço sentado em um dos poucos e desconfortáveis bancos do ônibus. João como sempre, chega atrasado, entra por último e viaja em pé até o ponto final da linha, próximo ao seu trabalho.

No longo percurso, João tem muito tempo para pensar na vida, cochilar um pouco, ler dia após dia o mesmo capítulo daquele pequeno e surrado Novo Testamento (que ganhou de sua noiva e guarda no bolso da camisa – “Traz proteção”, afirma ele), embalar novamente ao chacoalhar do trânsito para dormir mais um pouco e… capoft! acordar pouco depois de perder o equilíbrio e cair esparramado por conta da brusca freada do veículo. “Ô motorista, préstenção!” balbucia ele antes de levantar, bater a sujeira e se acomodar novamente.

Parece um tanto curioso, mas aquela vemos que aquela massa (ônibus + passageiros) está em movimento enquanto os passageiros estão parados. Quando então o veículo pára bruscamente, percebemos a ação de um efeito da física chamado “inércia”: o tombo do João. Ele caiu justamente porque seu corpo (que já estava parado) se opôs ao movimento do ônibus (que corria mas parou de repente).

Inércia: 1. Falta de ação, de atividade; letargia, torpor. 2. Indolência; preguiça. 3. Resistência que todos os corpos materiais opõem à modificação do seu estado de movimento. 4. Resistência à mudança. (Dicionário Aurélio).

João e sua vergonhosa queda, somos tantos de nós, vivendo em nossas congregações e seguindo uma rotina acomodada. Tomamos o ônibus da religião, montamos no lombo da igreja e vamos de carona, em uma vida de tradições e aparências. “Assim, aquele que julga estar firme, cuide-se para que não caia!” (I Coríntios 10:12).

Mas uma hora o ônibus freia… e no que temos sido inertes?

“Assim como o corpo sem espírito está morto, também a fé sem obras está morta.” (Tiago 2:26). As obras, a que Tiago refere-se não são as atividades que desenvolvemos dentro da igreja ou o bem estar social ao qual despendemos tempo, ele está falando de ação. A fé é a força que nos faz caminhar. Sem a “obra” nós temos essa força mas não caminhamos, estamos parados.

“Insensato! Quer certificar-se de que a fé sem obras é inútil? Não foi Abraão, nosso antepassado, justificado por obras, quando ofereceu seu filho Isaque sobre o altar?” (Tiago 2:20-21).

Deus quer nos fazer viver em milagres e ele nos convida a caminhar sobre as águas em sua direção, mas antes nós devemos sair do barco e dar o primeiro passo (Mateus 14:27-29). Não vamos subir em um veículo confortável e deixar “a vida” nos levar. Antes porém, caminhemos com fé na direção de nosso propósito: a salvação em Jesus Cristo.

“Todos os que competem nos jogos se submetem a um treinamento rigoroso, para obter uma coroa que logo perece; mas nós o fazemos para ganhar uma coroa que dura para sempre. Sendo assim, não corro como quem corre sem alvo e não luto como quem esmurra o ar. Mas esmurro o meu corpo e faço dele meu escravo, para que, depois de ter pregado aos outros, eu mesmo não venha a ser reprovado.” (I Coríntios 9:25-27).

A patrulha celestial

por Luiz Henrique Matos

Tomado de assalto

Vivendo em uma grande metrópole como São Paulo é (ironicamente) natural que todo cidadão tenha lá sua experiência pessoal com essa violência quase epidêmica que nos acomete. E como todo cidadão que se preze, faço parte dessa nada agradável estatística.

Aos 11 anos. À tarde, em um fliperama perto de minha escola ginasial. Com alguns amigos eu passeava por aquele lugar, procurando a máquina certa onde investir minha ficha e gozar de alguns minutos de diversões eletrônicas. Cinqüenta centavos, esse era o valor desses minutos. Cinqüenta centavos, o exato valor que aquele outro garoto, dois palmos mais alto, pressionava-me a lhe entregar. Eu cedi. Cedi e horas depois me culpei por não ter revidado com os golpes ninjas que eu com certa dificuldade aprendera a manusear no vídeo-game.

Aos 14 anos. À noite, dentro de um ônibus no centro de São Paulo. Eu seguia com meu tio e um amigo seu para um show de rock n’ roll na cidade. No trajeto, o veículo parou e nesse momento eu senti uma mão subtrair de minha cabeça o boné que antes ela ostentava. Importado, com o logotipo dos X-Men bordado, presente de aniversário da minha tia. O rapaz (imagino) enfiou a mão pela janela e puxou o boné. O ônibus seguiu seu destino, eu também, mas o boné ficou.

Última segunda-feira. Fim de tarde, saindo do trabalho. Deixei o escritório e caminhava até a rua onde costumo estacionar meu carro. Dobrei a esquina e o vi ali parado, sujo como sempre, embaixo de uma árvore e com o pisca-alerta ligado. Espere, pisca-alerta ligado? Inocente, cheguei a pensar que circulei com aquele carro por quatro anos sem saber que ele tinha um alarme. Segui até ele, abri a porta e me deparei com o painel violado. Levaram meu cd-player. O indivíduo extraiu a fechadura ao lado do passageiro, fez o seu trabalho cuidadosamente e ligou o pisca-alerta só para festejar a conquista. Triste, foi presente de Natal de minha esposa três anos atrás.

Hoje exerço o aprendizado cristão. Nenhuma mágoa ou rancor. Estou no mundo e sujeito às suas aflições (João 16:33).

O grande seqüestro

Não soube ao certo quanto tempo durou. Sei que só aos vinte anos fui descobrir que estava naquele cativeiro. Para ser sincero, já havia me acostumado. Via o mundo por aquela janelinha, dormia e sonhava tão mal, comia aquela refeição barata e pensava ser aquilo o meu alimento.

Então, um dia, eu vi aquela mão estendida. Era um convite, eu sei, mas convite para quê? Um mundo diferente, novo, cheio daquela luz ofuscando minha vista. Eu não queria isso, estava tudo bem.

Liberdade? Uma nova vida? Entrar pela porta estreita? Viver como quem sonha? Alimento sólido e espiritual? Apagar o meu passado…

Essa era sua oferta bizarra e eu a experimentei. E gostei. Cheguei a compara-la com os “baratos” vendidos por aquele traficante do colégio, mas foi diferente. A sensação era maravilhosa, melhor do que qualquer droga. E era de graça. Era na verdade, a Graça.

E eu só sabia chorar.

Seu poder me deu liberdade, me tirou daquela prisão e quando enfim pude contemplar minha situação, clamei: “Oh Deus, me sinto na lama!” E mesmo sujo, pude sentir seu afago, seu toque, sua voz doce me dizendo: “Venha como você está. Eu te limpo. Você agora é meu. Filho!”. Com passos trêmulos eu fui, desci às águas e renasci. Limpo e novo.

O Salvador

Pude ler, em certa ocasião, suas palavras dizendo: “O ladrão não vem senão para roubar, matar e destruir” (João 10:10a). Roubar-nos a inocência infantil, seqüestrar o pensamento e até quando conseguir, induzir nossos passos a trilharem o caminho da morte.

Aprendi que ele, o bandido, ambicionou ser como Deus, independente daquele Reino. Foi expulso dos céus, com um terço dos anjos que seguiram sua mentira. Reinou pois, neste mundo, plantando o pecado na criação de Deus, o coração do primeiro homem, Adão.

“Porque, como pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim pela obediência de um muitos serão feitos justos” (Romanos 5:19).

Então o Verbo se fez carne e habitou entre nós. Nasceu, viveu, pregou, chorou, sofreu, morreu e ressuscitou. E em toda sua vida, cumpriu o plano perfeito e com sua morte, concretizou a estratégia divina, colocando Satanás no subterrâneo, embaixo dos céus e sob nossos pés.

Cristo veio para nos fazer livres, nos tornar filhos e tirar-nos do caminho criminoso do diabo. Foi Jesus quem nos livrou dos “pequenos” assaltos que ele promoveu em nossa santidade, nos levando a pecar. Foi Jesus que nos libertou do cativeiro escuro e nos revelou seu amor incondicional, constrangedor e misericordioso. E ainda hoje Ele faz tudo isso.

Satanás reinou neste mundo, mas Deus amou o mundo. Amou tanto que enviou seu Filho para que pelo mundo morresse e cada um que aqui viesse a nascer, o fizesse como filho e herdeiro de sua maravilhosa promessa: a vida eterna!

Não ponha o dedo na tomada!

por Luiz Henrique Matos

Quantas vezes? Quantas vezes não nos deparamos com essa frase? Desde pequenos quando somos o alvo direto dessa exclamação até adultos, quando do outro lado, somos os exclamadores. Em minha ignorância, confesso, não sei porque aqueles buraquinhos na parede exercem tanta atração aos olhos e dedinhos minúsculos dos bebês. Invariavelmente, a voz paterna é ignorada, o dedo fura-bolo-indicador cutuca aquele pequeno orifício (que até brilha no escuro!) e brzzzz! o choque doloroso e assustador faz aquele “serzinho” derramar-se em lágrimas.

Não ponha o dedo na tomada! É o que nosso Pai diz muitas vezes na Bíblia. Essa bronca está disfarçada em passagens, histórias, versículos e mandamentos. Deus nos diz isso com seus próprios lábios ou através de seus servos. Temos livre acesso às escrituras e cada palavra ali impressa expressa a vontade manifesta do Senhor.

O escritor norte-americano Charles Swindoll disse certa vez que a melhor maneira de demostramos a Deus o nosso amor é pela obediência. Obediência àquilo que nos parece mais difícil do que ceder às tentações do pecado e nos esbaldar nos prazeres infernais de nossa carne. E obedecê-lo implica em seguir o que diz a Bíblia.

E finalmente, a Bíblia nos diz que devemos obedecer a autoridade do Senhor: “Entretanto aquele que atenta bem para a lei perfeita, a da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte esquecido, mas executor da obra, este será bem-aventurado no que fizer “ (Tiago 1:25). Ele é o nosso Deus Criador, Salvador e Consolador e por isso, devemos a Ele o nosso compromisso, devoção e obediência. Jesus é o nosso melhor exemplo e quando o fez, pretendia nos estimular a um comportamento idêntico e formar uma família exemplar: “Pois qualquer que fizer a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, irmã e mãe” (Mateus 12:50).

Temos também que obedecer as autoridades instituídas por Deus nessa terra: “Disse-lhe, então, Pilatos: Não me respondes? Não sabes que tenho autoridade para te soltar, e autoridade para te crucificar? Respondeu-lhe Jesus: Nenhuma autoridade terias sobre mim, se de cima não te fora dado” (João 19:10-11a). E pensar que o próprio Deus morreu submisso a autoridade de um homem cujo poder havida sido dado por Ele! O autor do livro de Hebreus resume a atitude de Cristo: “Ainda que era Filho, aprendeu a obediência por meio daquilo que sofreu” (Hebreus 5:8). Toda autoridade nessa terra foi levantada por Deus e se o Senhor os pôs em tal condição, por amor a Ele devemos obedece-las, assim como a Ele, independente de gostarmos ou não de suas regras.

Obediência requer submissão e isso é muito difícil, doloroso e vai contra esse nosso impulso humano de auto-suficiência. Mas se queremos a vontade de Deus em nós, devemos nos humilhar e lembrar sempre que somos apenas criação e sonho de Seu coração. E antes de tomar decisões racionais e humanas, é necessário trazer à memória o alerta Paterno e sua expressão mista de amor e repreensão, com o dedo indicador levantado e sua voz dizendo “Tsc… nãnãninanão! Eu já te falei, não faça isso!”.

“Se alguém me amar, guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e viremos a ele, e faremos nele morada” (João 14:23).

PS: Outros versículos sobre o assunto que valem a leitura: João 15:10, Josué 1:8, Mateus 7:21, Êxodo 19:5, Deuteronômio 5:29, 1 Reis 3:14, Mateus 7:24, Mateus 22:21 e Romanos 5:19.

Uma fogueira embaixo d’água

por Luiz Henrique Matos

“Acende o fogo em mim…” a música tocava no rádio enquanto eu dirigia de volta para casa. Um dia típico em que São Paulo faz jus à sua fama. Muita garoa, céu cinzento e um congestionamento que põe em prova a paciência de qualquer cristão.

A música, confesso, não surtia efeito em meu pensamento que vagava longe, depois das oito horas de batente em uma sexta-feira. Liguei o “piloto automático” e seguia de volta para casa em meu 1.0.

Subi então um viaduto e enquanto repetia-se o verso da música, cheguei ao ponto alto daquela pista e lá no fundo uma nuvem era atravessada por um persistente raio de Sol, formando um tímido arco-íris.

Gosto de contemplar a criação de Deus. A igreja em que minha esposa e eu somos membros fica no sudoeste do estado e enquanto trilhamos os quase trezentos quilômetros de nossa casa até lá, é visível nas paisagens naturais, a obra do Senhor que cresce com Sua autorização e providencia formando florestas, com a combinação tão majestosa do verde e seus vivos tons.

Quantas vezes já não vi um arco-íris? Centenas, eu sei. Mas é uma agradável surpresa presenciar um milagre em meio à selva de pedras da capital e esse tão lamentável amontoado de cinza com suas gélidas variações.

“Estabeleço convosco a minha aliança: Não mais será destruído tudo o que tem vida pelas águas do dilúvio; não haverá mais dilúvio para destruir a terra. E disse Deus: Este é o sinal da aliança que ponho entre mim e vós e entre todos os seres viventes que estão convosco, por gerações perpétuas: O meu arco tenho posto nas nuvens, e ele será por sinal de haver uma aliança entre mim e a terra. Sempre que eu trouxer nuvens sobre a terra, e aparecer o arco nas nuvens, eu me lembrarei da minha aliança, que está entre mim e vós e todos os seres viventes de toda a carne. As águas não se tornarão ais dilúvio para destruir tudo o que tem vida” (Gênesis 9:11-15).

Obrigado Senhor! Estamos em 2004 d.C., até onde sei a declaração de Deus a Noé em Gênesis aconteceu há alguns milhões de anos e ainda assim, Sua aliança é real, intensa e fixa diante de meus olhos. Sob a gélida chuva que cai, eu não resisto e meu espírito declara: “Eu me rendo… vem Senhor, acende seu fogo em mim!”

Um coração dedicado

por Luiz Henrique Matos

“E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento” (Mateus 22:37).

Nesses versículos o Senhor Jesus no ensina em poucas palavras toda a razão e motivação de nossas vidas. Mas como posso adorar a Deus com todo meu coração se não posso vê-lo? Não consigo medir a amplitude de sua majestade, seu poder… como compreender com minha ignorância humana a verdade sobre onipresença, onipotência ou onisciência. Como pode isso acontecer? Sou tão pequeno.

Eu não sei o tamanho de Deus, o pouco que consigo visualizar de meu Senhor é pela vivência que tenho tido nesses tempos em que me lancei em seus braços. Deus! Isso é grande demais para mim. De certa forma, tento ‘enquadrar’ Deus através do que ele fez EM minha vida (a transformação de meu caráter) e PELA minha vida (sua morte em eu lugar). E ‘só’ por conta disso, tenho uma vaga idéia do que é amar verdadeiramente. Não pelo que sinto por ele, mas pelo que ele sente por mim. E cada experiência dessas me soa como encontrar uma pequena peça de um quebra-cabeças infinito mas que revela um pouco de sua glória, mesmo sabendo que só terei essa experiência quando estiver ao seu lado, lá em ‘riba’.

“Se alguém diz: Eu amo a Deus, e odeia a seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu?” (I João 4:20). Isso é um exercício para o meu comportamento. Se quero ama-lo, preciso amar tudo o que ele fez, principalmente aquelas ‘cascas de ferida’ que aparecem em nossas vidas.

Pense em uma pessoa que ama muito, talvez sua esposa, filhos, pais, amigos, não importa. Mas lembre especificamente no que você procura fazer para mostrar a eles o seu amor. Em geral procuramos declarar nosso sentimento através de palavras, cartas, presentes, surpresas, mas sabemos que o amor verdadeiro não é refletido somente por pequenos gestos (isso é conseqüência do que sentimento), ele é mostrado, ele é visível em nossos gestos, olhares, preocupações, agrados, compadecimento… quando amamos alguém, queremos estar mais ao seu lado.

Isso também deve ser aplicado em nosso relacionamento com Deus. Não podemos comprar o seu amor, salvação e misericórdia. Ele já me amou, salvou e perdoou antes de eu saber (só precisava ver isso).

E o que posso fazer para mostrar meu amor àquele que deve sê-lo acima de tudo e todos?

Podemos usar palavras (orando), cartas (textos e cânticos), presentes (ofertas), mas isso não tem “efeito” algum se antes, o nosso coração não arde em paixão por Jesus. Devemos sim, mostrar nosso amor verdadeiro ao Pai, com nossos gestos. Amamos a Deus quando temos prazer em estar com ele, quando nossas atitudes tem o propósito de fazê-lo feliz, quando nos preocupamos em saber se ele gosta de nossas ações e em procuramos acima de tudo o desejo do seu coração para nós.

Agradamos ao Pai com sussurros, com louvor, com uma ‘oração surpresa’ em um momento qualquer (fora da igreja e de ‘esquemas’ que criamos para o devocional, nós temos o Espírito Santo em todo o tempo, dentro de nós!), quando amamos e cuidamos da sua criação (nosso próximo), resistimos à tentação de pecar e rejeitamos as coisas ‘do mundo’ e priorizamos as de Deus. Nesses momentos imagino que o Pai, lá de cima, olha e diz: “Esse é o meu garoto… ê filhão!”.

Queremos mesmo estar cada vez mais “ao lado” de nosso amado? E o que fazemos para declarar esse amor?

Existe um texto na Bíblia, muito usado em casamentos e aconselhamento de casais. São os versos de Paulo em I Coríntios 13, que falam sobre o amor. Vou transcrever um trecho abaixo, mas tente aplica-los em sua vida espiritual, tomando como base os dois versículos que estão no começo dessa mensagem (o primeiro mandamento de Jesus).

“Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria. E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria. O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (I Coríntios 13:1-8).

Essa é a melhor descrição do que é o amor que pode haver em qualquer livro. Esse amor que buscamos sentir pelo nosso próximo, é o amor que Deus também sente por nós. E quando reconhecemos o amor infinito e incondicional de nosso Deus, deixamos de lado a religiosidade, a vergonha, o preconceito, o pecado e lembramos que esse ‘relacionamento’ tem duas pontas, dois corações ligados em um sentimento comum e maravilhoso: o nosso coração com o coração do Pai. A partir de então, estamos vazios de nós mesmos para sermos preenchidos pelo seu Espírito Santo, com nossos corações abertos a recebê-lo e dispostos a ama-lo com todo nosso entendimento.

“Disse-lhe a mulher: Senhor, vejo que és profeta. Nossos pais adoraram neste monte, e vós dizeis que é em Jerusalém o lugar onde se deve adorar. Disse-lhe Jesus: Mulher, crê-me que a hora vem, em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai. Vós adorais o que não sabeis; nós adoramos o que sabemos porque a salvação vem dos judeus. Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade” (João 4:19-24).

Antes de tudo, ame a Deus. Jesus disse: “a hora vem, e agora é”. Ele é digno e merecedor do melhor que temos. Quem ama dá o melhor de si para o seu amado. Devemos dar o nosso melhor para Deus. Seja dançando, dando brados de júbilo, saltos, canções, orações, línguas, ou então, de forma intimista, silenciosa, sentado e tranquilo. Afinal, quem disse que a adoração está no gesto? Deus não quer os nossos gestos, ele quer o nosso coração!.

O importante é que seja sempre o melhor, amor verdadeiro, devoto, entre filho e Pai. Assim como você e eu, Deus também tem o “jeito” especial dele com cada um de nós. Ele nos fez, diferentes uns dos outros, de maneira individual e única, do modo como ele se agrada em nos ver, com um propósito maravilhoso.

Se estamos realmente preocupados em agradar o coração daquele que nos amou primeiro, precisamos buscar primeiramente a sua vontade. Como o nosso Amado gosta de ser tratado? Ele deixou tudo escrito, em um “bilhetinho” de mil e tantas páginas, chamado de Livro Sagrado.

“No dia em que Deus criou o homem, à semelhança de Deus o fez” (Gênesis 5:1b).

Discípulos!

por Luiz Henrique Matos

Em alguns momentos tento pensar como um ateu. Não que eu tenha alguma tendência a isso, tenho na verdade curiosidade em enxergar a vida e todas as circunstâncias que nos cercam partindo da ótica de alguém que não acredita em Deus. Como deve ser exercitar a consciência em busca de uma resposta racional para algo tão grandioso como a criação? Fico imaginando a nuvem negra que Satanás coloca diante dessas pessoas, não permitindo que vejam e sintam aquilo que habita dentro delas: o sopro da vida.

O mundo e tudo o que nele há, o firmamento, a natureza, o homem, pode-se realmente acreditar que tudo foi “auto-desenvolvido” de acordo com uma teoria evolucionista?

Confesso que por algum tempo, no princípio de minha conversão, minha grande luta espiritual era pender para a incredulidade. Tantos livros, tantas filosofias, idéias… me fizeram cego para por vezes imaginar que explicações humanas eram realmente mais fortes do que a afirmação e soberania divina (claro que eu não tinha essa conclusão naqueles momentos). Mas um dia Deus me levou a Hebreus 11:1 e 3:

“Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se vêem. Pela fé entendemos que os mundos foram criados pela palavra de Deus; de modo que o visível não foi feito daquilo que se vê”.

E então, passei a entregar minha oração ao Senhor dizendo a Ele que não me importavam as teorias científicas, não eram provas racionais que me fariam crer, eu gostaria viver pela fé, crendo somente nele e tendo Jesus como meu Salvador. Depois disso pude sentir o “toque” do Espírito Santo sobre minha vida, passei a ter experiências íntimas com o Pai e viver sentindo sua presença em mim.

Pude contar com a misericórdia de Deus e hoje imagino sob essa ótica “racional” se Deus fosse realmente uma criação humana, como dizem os ateus, um mito inventado pelo homem pela necessidade de apegarmo-nos a algo sobrenatural, que nos livre do medo da morte e firme nossa vida em um sentimento de esperança.

Vemos em nossos dias um número cada vez maior de pessoas apegando-se a religiões distintas como espiritismo, candomblé, budismo, islamismo, etc. Pessoas buscando de alguma forma uma “fonte” espiritual que supra suas necessidades, que preencha o vazio que tornou-se sua vida. E a religião a que se apegam não se firma apenas em denominações, há outros tantos que buscam suprir essa carência nas drogas, cristais, luzes, aromas, bares, festas, orgias, jogos, ou seja, todo e qualquer vício que lhes encubra ou disfarce a falta que lhes faz aquilo que não sabem que tem.

E essa carência que todos nós temos é de ninguém mais do que Jesus. Ele é a Verdade, o Caminho e a Vida (João 14:16), é o poder capaz de nos preencher e de satisfazer todas as nossas necessidades. A única coisa de que realmente precisamos.

Nascemos com o sopro da vida em nossas narinas. Deus nos cria e enquanto vivemos como crianças somos inocentemente puros e perfeitos aos seus olhos. Mas crescemos e desviamos nossos passos do caminho traçado por ele para nós e quando tiramos Deus de nós, esse vazio não pode ser preenchido por outra coisa que não seja Ele mesmo. Esse espaço é “propriedade exclusiva do Senhor” (como dizem aqueles adesivos colados em carros) e esse espaço é o nosso coração – a única coisa que ele quer de nós.

Deus não quer nossos dons, não liga para nossa aparência, roupas novas, gel nos cabelos ou a chapinha feita antes dos cultos. O Senhor não quer saber se nós temos um português adequado, faculdade de teologia ou curso de oratória. Ele não quer de mim esse texto que você lê. Deus quer nossa dedicação, nosso amor, nossa entrega. Isso é a prova de nossa fé, nos entregarmos a ele, acreditando que Jesus é nosso único e ‘suficiente’ salvador.

Sabemos porém que o inimigo, com o objetivo de “matar, roubar e destruir”, trabalha intensamente procurando desviar o nosso entendimento da direção do caminho verdadeiro e nos apresenta essas “religiões” com seu propósito maligno.

E por amor a nós, o Senhor não interfere nessa jornada a menos que lhe peçamos isso. Deus não nos toma de maneira brusca, ele não faz em nosso lugar, ao contrário, ensina-nos a direção em que devemos caminhas. Nosso Pai quer que todos aprendamos a crescer como filhos e servos. Ele não quer nos ver sofrendo, ao contrário, ele quer nos ver amadurecendo, como um fruto planejado em seus sonhos e semeado em seu coração.

Para tanto ele levanta aqueles que já conhecem e estão conhecendo a Jesus para serem instrumentos limpos em suas mãos. Ferramentas dele para evangelizar, proclamar e levar o seu sonho aos povos, todos os povos.

Você e eu já temos essa consciência e sabemos o que as pessoas verdadeiramente tem buscado em suas práticas pagãs, mas estão cegas pela armadilha do diabo. E cabe a cada um de nós (não só um ou outro), obedecer à convocação de Jesus que nos disse “ide” (Marcos 16.15), mas também praticar seu santo mandamento que diz “ame-os como você ama a si mesmo” (Mateus 22.39).

E Deus nos capacita para esse chamado. Você tem um talento, um dom, uma vocação, derramada por Deus sobre sua vida, para ser um instrumento nas mãos dele. Ele quer usar os nossos lábios, nossos braços, nosso intelecto para seu louvor. É para isso que existimos, esse é o propósito da fé, não apensar tê-la para crer em Deus, mas que essa fé produza obras frutíferas para o reino: “Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta” (Tiago 2.26).

Nascemos para ‘adorar’ e ‘servir’ ao Deus vivo.

Vemos ultimamente que nossa geração tem sido tocada com um propósito de adoração muito forte. Em todos os países pode-se observar o surgimento de ministérios abençoados que chamam os filhos de Deus para buscar sua face e seu reino antes de tudo. Experiências novas, a plenitude do Espírito, isso é prova de um anseio que o povo de Deus tem tido pela sua presença, sede e fome por mais de dele, assim como Moisés que buscava incessantemente ver a face do Pai. Essas experiências nos preenchem de sua maravilhosa presença e fortalecem nossas vidas para a caminhada da fé. É o nosso relacionamento com o Senhor no aspecto da adoração.

Mas não podemos ser negligentes com o segundo ponto, o de servir a Deus. E servir a Deus não é somente estar dentro da igreja, cumprindo os protocolos e burocracias religiosas. Precisamos cumprir o mandamento de amar o nosso próximo (vamos deixar claro que o próximo não é só o nosso irmão em Cristo, mas toda a criação de Deus na Terra) e levar Jesus a todos os que não o conhecem, assim como alguém fez conosco um dia.

Suponha por um instante que você ainda não conheça a Jesus. Gostaria que algum amigo seu soubesse a Verdade e não a compartilhasse com você? È disso que Jesus fala. Se estamos dispostos a seguir o mandamento de Deus, devemos praticar o amor do Senhor.

E como podemos dizer que amamos alguém se não partilhamos com ele a coisa mais importante de nossas vidas?

Amar a Deus requer compromisso e obediência à sua palavra.

“Fiel é esta palavra: Se, pois, já morremos com ele, também com ele viveremos; se perseveramos, com ele também reinaremos; se o negarmos, também ele nos negará; se somos infiéis, ele permanece fiel; porque não pode negar-se a si mesmo. Procura apresentar-te diante de Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.” (II Timóteo 2:11-13 e 15).

“E o Senhor te porá por cabeça, e não por cauda; e só estarás por cima, e não por baixo; se obedeceres aos mandamentos do Senhor teu Deus, que eu hoje te ordeno, para os guardar e cumprir, não te desviando de nenhuma das palavras que eu hoje te ordeno, nem para a direita nem para a esquerda, e não andando após outros deuses, para os servires” (Deuteronômio 28:13-14).

Super Herói

por Luiz Henrique Matos

Nossa televisão anda tão cheia de super-heróis. De todas as espécies, de todos os humores e inclusive nações. Eles vêm do Japão, dos Estados Unidos, da Europa… As crianças de hoje passam parte de suas manhãs dedicadas a sonhar e viver tais aventuras com esses personagens mascarados, que são capazes de enfrentar e vencer monstros e adversidades, sejam elas quais forem. Hoje, “adulto”, questiono o excesso de violência e o vocabulário dos desenhos que minha sobrinha assiste, lembrando dos heróis da minha geração.

Mas lembro também que o maior super-herói de um filho é seu próprio pai. Até muito tarde tinha no meu o maior exemplo que sempre pude ter (maior até que o Jaspion!). Meu pai sempre foi o meu grande herói, ele jogava futebol melhor do que qualquer um, ele era mais forte do que todos os meus coleguinhas (e que os pais deles também), ele sabia de tudo quanto eu questionasse sobre minhas lições, ele era rico porque sempre tinha um bolão de notas no bolso, ele podia comprar quantos doces quisesse (só não sabia porque não comprava), gostava de rock and roll, me ensinava a viver e ia me segurando pelas calças quando eu aprendia a andar de bicicleta sem rodinhas e também pela parte de trás da sunga quando me sustentava no mar para eu aprender a nadar.

Mas algumas vezes ele soltava minha cinta e até permitia que eu afundasse naquela água salgada, me forçando a fazer mais força para eu aprender a andar e a boiar. Isso me formava como… bicicleteiro e nadador. Meu pai-herói.

Com o tempo senti a desolação ao saber que meu super-herói de carne e osso não é um homem de aço vulnerável apenas a kryptonita, mas que seus super poderes são limitados e que ele também sofre, se preocupa, erra, ele chora quando seu time vence o campeonato e também quando seu irmão vem a falecer. Meu pai não é de aço, ele é como eu, só que aprendeu enquanto cresce, ele pedalou sem rodinhas e nadou sozinho com as ondas e foi me ensinando a fazer o mesmo.

Hoje eu cresci, casei e percebi que agora sou um pouco como ele e há alguns anos, pude conhecer um pai diferente. Descobri que fui gerado pela união de cromossomos desse meu pai (José) com minha mãe (Vera), mas que o sonho de minha vida nasceu no coração de outro pai, um Pai que não criou só a mim, mas também aos meus pais e os pais deles também. E que escreveu cada um dos nossos dias em um livro.

Esse Pai criou o futebol (porque não?), é mais forte e poderoso não só que meus coleguinhas, seus pais juntos e todos os seres desse planeta (uau!). Ele tem resposta para todos os meus problemas e dúvidas (que hoje já não são só os de matemática, mas alguns que o meu pai José também tem). Ele é rico, é dono de todo ouro e toda a prata. Anda cheio de trabalho, mas é capaz de parar tudo e se emocionar com um rock and roll, mesmo quando esse é insignificante diante do que merece, mas pode ver que é dedicado a Ele com todo carinho e amor.

Em tantas características esse Pai permitiu que o pai José fosse parecido. Talvez para que hoje pudéssemos entender essa relação Pai-filhos que Ele tanto ama. Ele nunca deixou nenhum dos Seus passar por aflição, nunca permitiu que ficássemos sem comer, sempre esteve ao lado de cada um, dando direção em todos os momentos, seja pedalando no asfalto da vida ou no nosso esforço em vencer a força das águas profundas que insistem em nos afundar.

E Ele até permitiu tantas vezes que passássemos por um “aperto” para crescermos em caráter, em maturidade, em alegria.

Imagino o meu pai quando tinha minha idade, com todas as dúvidas e questões que eu possa ter com relação à minha nova família (e ele já tinha dois filhos nessa idade!) e o amor com que o verdadeiro Pai olhou para ele pensando: “precioso e querido, acalme-se, você já se acha grande, mas Eu ainda vou te ensinar a andar”.

E quando me olho no espelho, penso que Ele me forma a cada dia, passo após passo, me preparando para ser o pai-herói daqueles que me dará como fruto desse casamento que aconteceu há pouco tempo e dessa família que nasce só agora para o mundo, mas que há tento tempo existe no coração dEle.

Temos sim Super Herói e Ele não está na televisão pela manhã, tampouco existe kryptonita que possa vence-Lo. Nosso Herói é Deus, que provou todo o Seu amor, entregando Seu Filho unigênito à morte em nosso lugar. Obrigado Papai!

Mas cuidado, não machuquem meu filho…

por Luiz Henrique Matos

Antes de iniciar, é necessário que repassemos uma passagem bíblica. O trecho é de 2 Samuel, dos capítulos 13 a 19, que conta a história de Absalão, filho do rei Davi.

O texto começa contando a história de Amnon e Tamar (irmã de Absalão), ambos filhos de Davi, só que de mães diferentes. Amnon sente-se atraído por Tamar. Em certa altura a força a deitar-se com ele e em seguida a rejeita. Absalão, sabendo da tragédia, mata Amnon e foge de Jerusalém ficando por três anos longe de casa. Seu pai fica desolado.

Absalão revolta-se, e por quatro anos organiza um exército com o objetivo de tomar o trono. Certo dia envia seus homens às tribos dizendo: “Quando ouvirem o som das trombetas, anunciem: ‘Absalão reina em Hebrom’”. Assim foi conquistando o povo de Israel, até que já era anunciado como rei. Sabendo do que acontecera, Davi e seus homens fogem com receio de morrer. Absalão toma Jerusalém.

Não satisfeito trama um jeito de matar Davi, mas um servo do rei ouvindo o que estava sendo planejado o avisa. Davi foge novamente, organiza seu exército para a batalha mas dá um recado muito claro a seus homens: “E o rei deu ordem a Joabe, a Abisai e a Itai, dizendo ‘Tratai brandamente, por amor de mim, o mancebo Absalão’” (2 Samuel 18.5a.). Saem então os homens de Davi e derrotam o exercito de Israel.

Durante a batalha, Absalão segue montado num mulo mas enrosca-se em uns galhos de carvalho, o animal então vai embora e ele fica ali pendurado. Vendo isso, um dos servos de Davi avisa a Joabe, que toma três dardos e traspassa o coração de Absalão. Depois disso, dez jovens soldados o ferem e matam (contrariando a ordem de Davi).

Davi está em seu acampamento quando vê chegar o mensageiro que o informa sobre o fim da batalha. Ele pergunta sobre seu filho mas esse não sabe lhe responder. Outro mensageiro chega e Davi mais uma vez pergunta sobre Absalão e esse responde que assim como todos os inimigos do rei, ele morrera. E a Bíblia diz que “a vitória se tornou em tristeza”.

– o –

Agora sim podemos entrar no assunto dessa mensagem.

Repare que além de todas as preocupações com seu reino, Davi preocupou-se primeiramente com a vida de seu filho Absalão. Não importava para ele o que o rapaz tramou contra sua vida. Seu filho, sangue de seu sangue o traiu e perseguiu com o intento de matá-lo e ainda assim ele o amou.

Em outra passagem, a Bíblia nos diz que Davi foi um homem “segundo o coração de Deus”, ou seja, ele tinha intimidade suficiente com o Senhor para viver segundo a Sua vontade. Pensando dessa forma, vejamos por um instante o coração de Davi. Ele amou o seu filho acima de toda maldade ou rebeldia que ele possa ter demonstrado. Ele pediu a seus homens que por amor a ele, não maltratassem seu filho. E chorou quando soube que ele morreu.

Maior do que a vitória sobre um exército rebelado, maior do que voltar ao trono em Jerusalém como rei sobre Israel, era a tristeza de um pai pela morte de seu filho.

Veja bem, a chave dessa reflexão não está na guerra, no trono, na batalha, mas está sim, no amor. Veja que acima de todo mal que possa haver nesse mundo e de toda rebeldia que possa haver no coração do homem, há um PAI que olha com carinho para Seus filhos e pede a seu exercito que cuide bem deles.

Quando o pecado em nossas vidas abre as portas para morada do inimigo, Deus vê nossos corações como Davi viu Israel ser dominada pelo exercito adversário de forma gradativa. Quando tiramos de nossas vidas o Rei que governa, permitimos que o traidor tome nossa Jerusalém (coração) e comece a destruir a obra que o Pai havia edificado. Então escancaramos as portas da cidade para mal.

Mas se resta uma janela, uma pequena fresta para que o Rei volte a governar (e isso vem pelo reconhecimento de nossos erros), então o Senhor ordena a Seu exército que venha, derrote o inimigo e tome novamente aquele que Lhe pertence. Mas Ele sempre ressalva “tome cuidado, trate bem do Meu filho”.

Para o Pai amoroso, de nada adianta derrotar todo principado e potestade que tem nos dominado, se Ele não pode ter de volta as nossas vidas em Suas mãos. Se pertencemos a Deus, somos Sua terra, somos Seu reino e nossas vidas serão preenchidas e governadas por Ele.

Abramos as portas dos nossos corações para a morada maravilhosa do Rei e vamos experimentemos tempos grandiosos de bênçãos e alegria, vivendo segundo o Seu coração.

Sinal vermelho

por Luiz Henrique Matos

Eu seguia para casa, era fim de tarde, ainda não estava completamente noite, mas também não era possível dirigir com os faróis desligados. O tempo estava fechado, começo de primavera com cara de inverno. Minha única vontade era chegar logo em casa, tomar um banho e descansar. Estava voltando do trabalho, acabara de entrar no início da última avenida que dá acesso à minha rua, ela é longa, beira um riacho que cruza parte da cidade e como tantos outros nessa capital – a Grande São Paulo é repleta desses rios – é também poluído, morto, fétido e feio.

Parei com meu carro em um semáforo, portas travadas, vidros fechados e a atenção voltada para qualquer movimento suspeito. Andar por essas ruas atualmente requer cuidado e vigília, não se pode vacilar. Não notei nenhum “movimento suspeito”, mas pude observar algo diferente.

Através do vidro cuidadosamente fechado (mas que não protege efetivamente de nada) eu via um homem na calçada, me parecia um mendigo, também parecia estar bêbado. Ele não pedia dinheiro, como fazem tantos por esses faróis. Estava de costas para a rua, olhava em uma direção específica, mas não parecia ver nada. Levantou o braço direito e falou com o rio, balbuciou algumas palavras, pelo gesto parecia um insulto. Pensei comigo: “Coitado, sujo, sem casa, sem Deus”.

Além do homem e o rio, eu também vi um ponto brilhante no vidro pelo qual eu olhava, parecia uma luz… era só o reflexo de meu relógio, nada sobrenatural. Dentro daquele carro, de que tantas vezes reclamo – “carro velho, só dá problemas, seria bom ter um mais novo, que o banco não me doa as costas” – meu pensamento vagava, conciliando assuntos dos mais diversos. Observava aquele homem parado, pensava no carro, olhei também para o relógio, que muitas vezes acho pequeno demais para o tamanho do meu pulso, que acho fino, mas o relógio não é de tamanho suficiente para saciar esse ponto estético. Também pensava em minha camisa cinza, que há poucos minutos eu via no espelho e afirmava que ela deveria ter botões no colarinho, para que a gravata ficasse mais firme. E a gravata, era emprestada do meu pai, eu precisava comprar pelo menos mais umas três, usar uma por dia, não é elegante repetir uma peça dessas na semana.

Como você já deve imaginar é óbvio que tão logo respirei fundo, passei imediatamente por uma lição de moral cristã (certamente tocado pelo Senhor) sobre a comparação de uma vida segura e estável com a de um homem pobre e sem rumo, tal qual vemos nas histórias de cinema e nos livros quando somos criaças. Olhei para mim naquele instante e vi que o pobre ali era eu, pobre de espírito, tão engajado nas causas sociais, tão preocupado com a teologia acadêmica, tão envolto nos meus interesses com Deus, não pude olhar para aquele homem e imediatamente ver alguém igual (ele a mim, eu a ele). Ao contrário, eu o diminui, o diminui quando senti pena, quando senti dor por vê-lo naquela condição, mas senti dor “por” ele e não “com” ele.

Não pude ouvir o que aquele homem disse, estava atrás do vidro, preso em minha segurança. Eu não pude ver perfeitamente o seu rosto, não pude sentir o frio que ele sentia, o sentimento que lhe tocava, eu não fui capaz.

O farol abriu logo, nos poucos instantes em que permaneci ali, via o contraste de dois mundos, duas realidades separadas por um vidro e uns dois metros de distância. Fiquei tentando imaginar onde aquele homem vive, o que faz, o que comeu durante aquele dia, se era feliz, se tinha alguém que o amasse.

Agradeço a Deus pela benção de ter nascido saudável, de meus pais terem tido condição de me educar em uma boa escola, dado sustento, tranqüilidade. Fiz as contas rapidamente, estou dentro da parcela da população rotulada pelo secularismo de “classe alta”, representada por 2% da população desse país. Somos cerca de 170.000.000 milhões de brasileiros, isso significa que por volta de 166.600.000 pessoas não puderam ter a mesma condição de vida que eu tive.

Isso tudo certamente é uma benção, mas de certo são condições mundanas, que podem ser pagos com dinheiro. Existe, porém, algo que nenhuma fortuna desse planeta compra: a salvação. E o que Deus nos dá com a vida eterna é um plano muito maior do que qualquer riqueza ou condição mundana. Como filhos do Pai, vivemos com honra, dignidade, amor, alegria, paz.

O semáforo abriu. Os carros andaram, seguiam como em fila, um após o outro, tantos à minha frente, outros mais atrás. Assim também, nessa inércia podemos conduzir as nossas vidas. Enquanto estive parado olhando para aquele homem, via uma realidade, mas a vi pelo vidro, assisti ao momento presente pela janela, sem reagir. Podemos seguir nesse trânsito e por alguns momentos aquele passado recente pode ser visto pelo espelho retrovisor, mas assim como uma avenida, a vida faz curvas, passa por ruelas, paralelepípedos, levamos fechadas… os dias passam e nos esquecemos do que aconteceu, enterramos em alguma esquina o nosso arrependimento, o nosso pecado. Vamos dirigindo, indo e voltando, sem perceber que esse caminho não tem fim.

Não importa se estamos dentro de um carro, com emprego e tranqüilidade financeira, fazendo parte de 2% da população ou se amargamos o frio cortante, a chuva gelada, a fome e a miséria pela qual passam quase todos os outros 98%, a vida verdadeira e pura vem de uma única fonte: Deus.

Ele é o abrigo em meio à tempestade, o copo d’água no deserto, a brisa fresca e suave que sopra em nosso rosto debaixo do sol ardente e escaldante (Isaías 4.6). É o amor que vaza inexplicavelmente de nossos peitos, é a misericórdia que perdoa e se renova (Lamentações 3.22-23), é o Pai que nos ama ainda quando o rejeitamos, que nos escolhe, que nos chama pelo nome, que olha para nós vendo as nossas necessidades, nossas fraquezas, nossa dor. E de toda forma Ele quer nos saciar, nos preencher. Ele está de braços abertos, sorrindo e esperando que corramos em Sua direção.

Há poucos dias li um texto do escritor Max Lucado, no trecho final ele escreve uma frase que me tocou demais, fala sobre Jesus como sendo “Aquele que preferiu morrer a viver sem você”. Ele morreu, para nos ter de volta, a estratégia perfeita de Deus viu que não nos arrependeríamos e sequer nos sacrificaríamos para te-Lo de volta em nossas vidas. Então Ele veio, viveu, sofreu em nosso lugar e morreu pelas nossas dores e pecados. Tudo isso Ele levou consigo naquela cruz e nos libertou da maldição desse mundo. Não chegávamos a Ele, então Ele se chegou a nós.

Não há sofrimento que Jesus não tenha sentido, pelo qual Ele não tenha passado (Hebreus 4.15). Enquanto sentia a tortura de morrer pregado e pendurado naquela madeira, Ele sentia a nossa dor, a dor de todos os nossos pecados e falhas, enfermidades e feridas. Ele nos amou, nos ama. Morreu e nos perdoou e até hoje continua perdoando e apagando nossas transgressões. “E jamais me lembrarei dos seus pecados e das suas iniqüidades”. (Hebreus 10.17).

Pessoalmente, não sei o quanto isso pode custar em meus “valores humanos”, mas antes que meu carro siga por estradas perdidas e eu me esqueça de que sou apenas pó, eu gostaria agora de declarar a Deus que renuncio a mim mesmo para seguir os Seus planos, sejam lá quais forem esses planos, sei que serão sempre perfeitos, maravilhosos, eternos e o melhor dEle para mim. Mesmo que me seja necessário estar do lado de fora do carro, parado na calçada, só peço que eu veja a face de Deus à minha frente enquanto observo um rio. Eu só preciso do meu Pai.

“Assim, pois, todo aquele que dentre vós não renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo”. (Lucas 14.33).

Fiat Lux. Sedere Lux.

por Luiz Henrique Matos

“A terra, porém, estava sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas. Disse Deus: Haja luz; e houve luz. E viu Deus que a luz era boa; e fez separação entre a luz e as trevas.” (Genêsis 1.2:4).

Todas as noites após o termino de minha oração eu reservo cerca de uma hora para minha rotina de leitura. Geralmente acendo a luminária que fica no criado-mudo, sobre o qual está minha Bíblia devidamente marcada onde parei na noite anterior.

Tento sempre seguir o que Deus ordenou a Josué (capítulo 1) e meditar sobre a Palavra. Há alguns dias estava refletindo a respeito de minha vida como cristão. Pensava sobre minha postura, o que afinal significa ser um cristão verdadeiro? O que é ter uma postura aprovada por Deus que realmente faça a “diferença” onde quer que esteja?

Seguir o exemplo de vida de Jesus, é isso que venho aprendendo e declarando, mas isso é uma atitude que parte de dentro para fora, é uma transformação que se dá através da obediência e submissão aos mandamentos de Deus e da busca verdadeira pela comunhão com o Senhor. Mas eu procurava na Bíblia a forma como isso seria externado, o que nos diferencia de outras pessoas para que sejamos espiritualmente reconhecidos, ou seja, o que é a tal “diferença” que podemos fazer que não só um comportamento ético e puro?

Muitas vezes confundimos as coisas. Ser uma boa pessoa não quer dizer que se esteja salvo. A salvação vem pelo arrependimento de nossos pecados e reconhecimento de Jesus como único e suficiente salvador de nossas vidas, crendo no propósito de sua morte e na promessa de sua volta. Freqüentemente associamos à postura cristã um comportamento ético, mas existe uma controvérsia nisso tudo, não somos cristãos porque somos pessoas caridosas e responsáveis, mas ao contrário disso, temos dentre tantos outros, um comportamento transparente, puro, verdadeiro e ético justamente porque somos cristãos e não há como o ser sem passar por esse tratamento em nosso caráter (veja Galátas 5.22:23).

Certa noite eu já estava deitado e tentava dormir mas não o conseguia, virava de um lado para outro na cama mas o sono não aparecia (o que é incomum, geralmente durmo como uma pedra). Foi quando resolvi pegar minha Bíblia e estudar mais um pouco. Era tarde e não quis incomodar minha esposa com a luz da luminária, tateei o criado-mudo no escuro, abri a gaveta, um tanto desajeitado embaixo da coberta, peguei uma lanterna que deixo guardada para emergências e clic! que alívio! Acendi aquela luz e pude enxergar.

Naquele momento compreendi um ensinamento de Jesus que era resposta para muitas das minhas questões pessoais. Pode parecer muito óbvio e simplório, mas creio que é justamente por isso que eu não conseguia entender. Está aí a “diferença” que devemos fazer. Não basta ser simplesmente um bom entendedor e praticante dos ensinamentos da Palavra, para fazer a diferença, precisamos ser a luz desse mundo.

“Vocês são a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade construída sobre um monte. E, também, ninguém acende uma candeia e a coloca debaixo de uma vasilha. Pelo contrário, coloca-a no lugar apropriado, e assim ilumina a todos que estão na casa. Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus”. (Mateus 5.14:16 – NVI).

Essa é uma das coisas que Deus espera de nós como seus filhos. Onde tudo está escuro, onde reinam as trevas, onde não se pode enxergar, ali deve chegar um cristão (luz), que entra em um lugar desses e faz tudo claro, diferente, novo, visível. A luz atrai, revela, guia o caminho de quem até então não podia ver, cura a “cegueira” da alma para que possamos ver a Verdade.

“Respondeu Jesus: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim.” (João 14.6 – NVI).

“A vida estava nele e a vida era a luz dos homens. A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela.” (João 1.4:5).

“Falando novamente ao povo, Jesus disse: “Eu sou a luz do mundo. Quem me segue, nunca andará em trevas, mas terá a luz da vida”. (João 8.12 – NVI).

Devemos seguir os passos de Jesus e buscar ser como Ele em caráter, em aparência espiritual, em obediência. Jesus é a verdade, o caminho e a vida (João 14.6), Ele é a luz, Ele é o exemplo, o “super-herói” de qualquer um que entenda-se por seu seguidor e discípulo. Seguir a Cristo, é buscar ser como Ele é.

E somos como Ele quando onde quer que estejamos possamos brilhar com intensidade da luz que Ele depositou em nós, da luz que Ele é. Se cremos em Deus, seu Espírito habita em nós (João 14.26) e se somos cheios do Espírito então iluminaremos com força radiante. O rei Davi declarou no Salmo 139 que é impossível fugir da presença do Senhor e que ainda as trevas não podem ser escuras o suficiente para a Sua presença gloriosa.

“Se eu digo: as trevas, com efeito, me encobrirão, e a luz ao redor de mim se fará noite, até as próprias trevas não te serão escuras: as trevas e a luz são a mesma coisa. Pois tu formaste o meu interior tu me teceste no seio de minha mãe. Graças te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste; as tuas obras são admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem; os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui formado e entretecido como nas profundezas da terra. Os teus olhos me viram a substância ainda informe, e no teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando nem um deles há.” (Salmos 139.11:16).

Pois se Jesus enviou sobre nós o Espírito Santo de Deus então temos em nós a luz e certamente, somos nós essa luz. E tal qual a lanterninha que guardo em minha gaveta, devemos ajudar os cegos a seguirem para o caminho da verdade e do amor.

Enquanto criava o mundo, Deus disse: “fiat lux” (haja luz). Creio que hoje, para cada um de nós, Ele diz: “sedere lux” (ser luz). Ilumine pois.

Pequenas causas

por Luiz Henrique Matos

Conselhos de Pai

Como podemos chamar ordens, leis a qual temos o livre arbitrio para seguir? Talvez pudessemos nos guiar pela definição de “conselhos” ao que chamamos de mandamentos. O Senhor, como um Pai afetuoso, nos permite escolher o caminho certo e nos ajuda a seguir por suas veredas perfeitas.

Entre, a casa é Sua!

Precisamos convidar a Deus para fazer parte de nossas vidas assim como ansiamos pela presença de um familiar ou amigo querido. Vamos abrir as portas da casa (nós) para que Deus seja não só um visitante esporádico, mas um morador bem vindo. Lembremos sempre: os inquilinos somos nós!

O servo

Devemos colocar-nos em nossos lugares e parar de pensar e tentar agir no lugar de Deus. Deus é Deus e Ele já tem os seus planos bem definidos para cada um de nós. Não é pelo fato de sermos filhos ou servos que podemos nos sentir no direito de fazer algo “por” Ele. Devemos cumprir somente o nosso papel e fazer “para” Ele.

Deus vivo

Deus sabe o que faz e porquê o faz em sua gloriosa presença e condição, seja de Criador (Pai), Salvador (Filho) ou Consolador (Espírito Santo). O que precisamos entender é que cada uma dessas características da Trindade Divina não é algo passado e esquecido nas histórias antigas da Bíblia. Muito pelo contrário, Deus em suas três naturezas e da mesma forma a sua Palavra são condições vivas, reais e eternas, sobre os quais estão fundamentadas toda a nossa existência.

Regime?

por Luiz Henrique Matos

Nessa semana resolvi emagrecer. De uns tempos pra cá tenho sentido uma certa massa se desenvolvendo sobre a região abdominal de meu corpo e resolvi dizer a ela que não era bem vinda. Tentei exclamar um “queima Jesus!” mas de certo não adiantou. Desde então, tenho sacrificado minha voracidade por gorduras, calorias e excessos (bem, ainda estou em adaptação e confesso minhas fraquezas e desvios, como a atual ressaca de um pastel de pizza – coisa de paulista – ingerido noite passada). Parar de comer o que gostamos é lamentável, é doloroso e difícil. Reconheço que me sinto mal ao recordar o que não posso comer, até porque só de lembrar, essas delícias já me abrem o apetite.

Durante o mês passado também estive me limitando de certos pratos. Por uns dias parei com refrigerantes, por outros cortei a carne vermelha e durante outros tantos, me recusei a tomar cafés depois das refeições. A situação era outra e um tanto mais nobre, estava em jejum ao meu Deus, orando a Ele por certas “causas”. Ainda nesses dias aprendi algo importante, me lembrei da minha condição de filho pidão (que pede, pede, pede) e esqueci do meu verdadeiro propósito nessa vida (servir e adorar a Deus). Parei para refletir se eram realmente aquelas causas mais importantes do que a busca pela face do Senhor, pelo seu mover em minha vida, pelo seu toque, sua presença… cheguei a uma óbvia conclusão: não, elas não eram mais importantes. Minhas necessidades ele conhece e supre de antemão, mas minha fé deve ser praticada dia a dia.

“Buscai antes o seu reino, e estas coisas vos serão acrescentadas.” (Lucas 12.31).

Somos capazes de passar um mês ou dois cortando gorduras, frituras, refrigerantes… mas nenhuma causa nos parece grande o suficiente para uma consagração em jejum. Olhamos somente para os nossos umbigos (eu olhei para o meu e além de perceber que sou um egoísta notei que ele – o umbigo – avançara alguns centímetros adiante, daí a atual dieta). Quando o objetivo é alimentar nossa vaidade ou cuidar do que parece visível, fazemos sacrifícios e enfrentamos tantas lutas quanto for necessário. Mas quando passamos por provações que sabemos pela Bíblia, produzem em nós perseverança e crescimento espiritual (invisível), insistimos que Deus já não ouve nossas orações e que Ele pode não ser tão fiel quanto pensamos.

Bom, que desde já fique claro uma coisa, não estou aqui reduzindo a relevância do jejum em momentos críticos, sabemos pela própria Bíblia que Deus se importa sim com isso. Para tanto, veja alguns exemplos retirados das escrituras:

“(mas esta casta de demônios não se expulsa senão à força de oração e de jejum.)” (Mateus 17:21).

“Davi, pois, buscou a Deus pela criança, e observou rigoroso jejum e, recolhendo-se, passava a noite toda prostrado sobre a terra.” (II Samuel 12:16).

“Em todas as províncias aonde chegava a ordem do rei, e o seu decreto, havia entre os judeus grande pranto, com jejum, e choro, e lamentação; e muitos se deitavam em saco e em cinza.” (Ester 4:3).

Acontece que por teimosia, insistimos no jejum como uma troca, uma forma de “merecer” de Deus algum favor ou que sendo nós sofredores desse sacrífício, também nos tornamos dignos de Sua compaixão. Ora, o sacríficio já foi feito, em uma cruz cerca de dois mil anos atrás, caso contrário estaríamos queimando cordeiros em holocausto até hoje. Paulo escreve em sua carta aos Efésios (capítulo 2): “estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)”. Graça é um favor imerecido, portanto, não há maneiras de convencer a Deus. Se tem sido essa a razão de seu jejum, digo que deixou de comer coisas muito gostosas em vão.

“Por isso vos digo: Não estejais ansiosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer, ou pelo que haveis de beber; nem, quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo mais do que o vestuário?” (Mateus 6:25a).

Esse versículo ajuda no regime (…minha vida é mais importante do que aquele sundae de chocolate…). Mas, em outro ponto, temos aprendido que não adianta nos entregarmos em jejum diante de Deus se nossas vidas e corações estão voltados para a benção (resposta) e não para o abençoador (dono da providência). Quando jejuamos, separamos essa parte de nossas vidas para dedica-la ao Senhor e “separação” e “dedicação” são justamente definições para um termo bastante comum para cristãos: consagração.

Vamos ao Aurélio! No dicionário vemos que a palavra “consagrar” vem do latim “consacrare” e tem dentre seus significados: “Tornar sagrado; Dedicar ou oferecer a Deus; Oferecer por culto ou voto; Oferecer afetuosamente, dedicar; Dedicar-se, dar-se.”

Dessa forma então, não há jejum sem consagração, ou melhor, um é também o outro nessa situação. Não podemos nos “separar” para o Senhor e continuar em pecado. Lembrando também que separação espiritual, constitui-se por santificação, purificação e outras tantas qualidades atreladas. Mais importante do que o alimento ou atividade que cortamos em jejum (sacrifício) é a busca e louvor a Deus que decorrem disso (oração). No livro do profeta Isaías, vemos uma bela definição a esse respeito:

“Seria esse o jejum que eu escolhi? O dia em que o homem aflija a sua alma? Consiste porventura, em inclinar o homem a cabeça como junco e em estender debaixo de si saco e cinza? Chamarias tu a isso jejum e dia aceitável ao Senhor? Acaso não é este o jejum que escolhi? Que soltes as ligaduras da impiedade, que desfaças as ataduras do jugo? E que deixes ir livres os oprimidos, e despedaces todo jugo? Porventura não é também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres desamparados? Que vendo o nu, o cubras, e não te escondas da tua carne? Então romperá a tua luz como a alva, e a tua cura apressadamente brotará. E a tua justiça irá adiante de ti; e a glória do Senhor será a tua retaguarda. Então clamarás, e o Senhor te responderá; gritarás, e ele dirá: Eis-me aqui. Se tirares do meio de ti o jugo, o estender do dedo, e o falar iniquamente; e se abrires a tua alma ao faminto, e fartares o aflito; então a tua luz nascerá nas trevas, e a tua escuridão será como o meio dia.” (Isaías 58:5-10).

Deus não liga para o nosso estômago roncando, para o chocolate que rejeitamos, não liga para a picanha (humm… mal passada, gordura crocante, na brasa, no espeto!), tampouco para o refrigerante que deixamos de beber. Esse é um gesto simbólico, onde mostramos a Ele que estamos nos separando fisicamente do que nos atrai nesse mundo. Mas existem tantas outras coisas mais graves nesse mundo que nos atraem (pecados) e o jejum que devemos praticar antes de qualquer outro é o de nos separarmos da iniquidade, da sujeira, da maldade. Ao que, de fato, nosso Pai não resiste, é um coração quebrantado, isso sim, move os ouvidos dEle em nossa direção.

“O sacrifício aceitável a Deus é o espírito quebrantado; ao coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus.” (Salmos 51:17).

Levante a cabeça, você é filho de Deus!

por Luiz Henrique Matos

Em quantos momentos de sua vida, você parou e pôde sentir que naquele exato instante Deus estava ali olhando para você? Um exemplo óbvio, em nossas orações, quando estamos em nossa intimidade com o Pai, nos derramando e declarando à Ele tudo o que se passa conosco (como se Ele já não soubesse). Em momentos como esse podemos sentir que o Deus poderoso, que criou tudo e todos, desde Adão até o nosso cachorro de estimação, está ali olhando para nós, ouvindo cada palavra que expressamos.

Davi diz que Deus se inclina para ouvir a nossa oração (Salmos 116:2). Paulo diz que não sabemos orar e por isso, o Espírito Santo intercede por nós com gemidos inexprimíveis (Romanos 8:26). Há poucos dias ouvi um pastor dizer: “Muitas vezes, entre dois amigos, o silêncio já diz muita coisa”. Intimidade com Deus, independente de como ou o quê falamos, Ele nos ouve, nos sustenta, afaga e diz: Filho “não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a destra da minha justiça.” (Isaías 41.10).

Somos chamados por Ele de filhos! Desde aquele momento, em que ouvimos, lemos ou simplesmente lembramos de Jesus Cristo sendo sacrificado naquela cruz para nos livrar de nossos pecados, nós o reconhecemos como nosso Salvador, como caminho verdadeiro para a vida eterna.

“Mas, a todos quantos o receberam, aos que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus. E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade; e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai.” (João 1:12-14).

Jesus Cristo nos salvou. Quanto já não ouvimos isso desde que entramos em uma igreja? Mas quantas vezes, de fato, reconhecemos isso a cada dia? Não falo apenas de quando pecamos conscientemente e “ajudamos” a pregar mais fundo aquela estaca que o segurava na cruz. Falo também de quando deixamos a incredulidade tocar nossas vidas esfriando assim o nosso coração, quando a leitura da Bíblia nos parece um sacrifício, quando nossas orações estão sem aquele calor e tranquilidade por saber que nosso Pai está ali nos guardando sob suas asas.

Há poucos dias eu estava seco, meu coração estava frio, minhas orações não tinham sentimento, eu não conseguia adorar a Deus com meus lábios, simplesmente me ajoelhava e declarava para o assoalho do meu quarto (sim, porque eu não poderia estar dizendo aquilo para Deus) que vivia dificuldades, que tudo me parecia tão difícil e inclusive, eu chegava a não acreditar nEle. Me levantei e fui dormir. Na manhã seguinte acordei e pensei sobre isso, senti a voz do Espírito em meu coração dizendo “você já se converteu hoje?”. Como assim me converter!? Pôxa vida Deus, o que o Senhor está falando? Tô aqui nessa dureza e o Senhor vem me falar em conversão?! Achei que Deus tinha errado de Henrique.

“Desde então começou Jesus a pregar, e a dizer: arrependei- vos, porque é chegado o reino dos céus.” (Mateus 4:17).

Instantes depois eu estava quebrantado, reconhecendo e me lembrando que a minha conversão, assim como a de todos, se deu e dá através do arrependimento de nossos pecados. A Bíblia nos diz que a cada dia as misericórdias do Senhor se renovam sobre nós e, diante disso e da mesma forma, a cada dia devemos nos arrepender e confessar nossos pecados a Deus. Ora, do que se trata isso se não de minha conversão! Naquele momento eu orava dizendo: “Pai, hoje eu quero reconhecer a Jesus como meu salvador, de novo, todos os dias”.

“O Senhor está no seu santo templo, o trono do Senhor está nos céus; os seus olhos contemplam, as suas pálpebras provam os filhos dos homens.” (Salmos 11:4).

Não sei de onde você lê esse texto mas eu estou no escritório e a minha frente vejo uma janela, fico no décimo andar de um prédio na capital do estado e daqui posso observar um panorama dessa cidade. Algumas construções sendo levantadas, outras já bastante degradadas, arquitetura moderna, casas, poucas árvores, um céu nublado que sempre ameaça com uma garoa. Lá embaixo, vejo um dos “ícones” dessa cidade, um rio sujo, poluído e sem vida que dá nome ao bairro onde trabalho.

Sujos, poluídos e sem vida… assim nos sentimos muitas vezes. E teimamos em achar que nossa vida está envolta em um mar de injustiça, culpamos a Deus pela nossa desgraça e pecamos ao pensar que Ele se esqueceu de nós. Mas somos nós quem nos esquecemos que nosso Pai nos permite passar por provas (veja o caso de Jó) e que a única finalidade dEle com isso é proporcionar o nosso crescimento.

Ouvi uma história vivida pela minha esposa. Nós ainda não nos conhecíamos, era cedo, ela estava chegando ao trabalho e atravessava o andar do prédio. Andava cabisbaixa, com o corpo curvado para frente. Naquele momento uma senhora cristã, que era sua cliente, caminhava em sua direção. Ao passar por ela, tocou-lhe por baixo do queixo e disse: “Levante a cabeça, você é filha de Deus”.

“E não somente isso, mas também gloriemo-nos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a perseverança, e a perseverança a experiência, e a experiência a esperança.” (Romanos 5:3-4).

Filhos ou filhas, devemos ter a consciência plena de uma coisa, que Deus nos conhece por inteiro, tudo o que temos, tudo o que somos, o nosso ínterior. Ele sabe todas as coisas, Ele nos olha com olhos de amor (sempre) e não permitirá que nada nos ocorra para o mal. Aliás, como afirmou o apóstolo Paulo em sua carta à igreja de Roma: “E sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.” (Romanos 8:28).

Existe um jargão que classifica a nossa fé, “crentes”. Simplesmente porque cremos em Deus, cremos na vida eterna, na salvação através de Cristo, na Palavra santa escrita, nos mandamentos, na Verdade.

Outro termo, “evangélicos”. Evangélicos porque praticamos o Evangelho, palavra essa que quer dizer Boas Novas. Na Bíblia existem as Boas Novas de Jesus segundo Mateus, Lucas, João, Marcos. Como praticantes e disseminadores dessas boas novas de Cristo (Marcos 26), devemos viver nossas vidas dando exemplo e nos movendo nesse Evangelho. Existe um poema do século XVIII que explica melhor o que quero dizer, veja abaixo:

“É uma maravilhosa história, esta do evangelho de amor,

Como o brilho da divina vida de Cristo.

Oh! Que sua verdade possa ser contada novamente

Na história de sua vida e na minha!”

“Você está escrevendo a cada dia uma carta às pessoas;

Cuide para que o escrito seja verdade.

É o único evangelho que alguns homens lerão,

Este evangelho segundo você.”

Uma outra observação, não mais um jargão mas uma expressão que nos identifica desde a igreja primitiva (Atos 11:26), somos chamados Cristãos. A palavra Cristo significa “aquele que é ungido do Senhor”.

Irmãos, deixemos de lado nossa religiosidade e vamos à prática do evangelho de Jesus, seguindo Seus passos e crentes em Sua existência e manifestação sobre nós. Independente de tribulações, acusações e setas, temos um Deus forte e guerreiro à nossa frente e que nos consola com Sua presença e palavra.

“Lança o teu fardo sobre o Senhor, e ele te susterá; nunca permitirá que o justo seja abalado.” (Salmos 55:22).

“Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo e leve.” (Mateus 11:30).

Levante a cabeça, você é um filho de Deus!

Eu cato ele!

por Luiz Henrique Matos

“Eu cato ele!” Foi o que disse aquele garoto de metro e meio, uns 12 anos de idade e ar sossegado. A declaração foi clara, não pela ameaça, mas pela resposta. Segundos antes eu havia lhe perguntado o que faria se algum outro menino o provocasse. A resposta seria comum nesse mundo em que vivemos, não fosse aquele um momento de estudo bíblico, mais precisamente a Escola Biblica Dominical da igreja a qual faço parte.

Eu estava tapando um buraco, cobrindo a ausência da professora deles que obviamente não pode comparecer. Contava a história de Elias. Falava-lhes acerca da perseguição sofrida pelo profeta nos dias de Jezabel, falava sobre a providência de Deus em sua vida, nos tempos em que era alimentado por um corvo. Tentava mostrar àqueles garotos, através da vida de Elias, pela história da Bíblia e pelos olhos de Deus, qual deve ser o comportamento de um cristão frente às “pressões” do dia a dia.

Mas que tipo de pressões ou perseguições sofrem adolescentes? Que tipo de situação lhes são postas como prova? Talvez assim como eles, aos 12 anos, meus conhecimentos sobre a vida de Jesus limitavam-se ao presépio de Natal e aquela imagem crucificada que eu via durante as missas. Nunca me ocorreu o que significava ser cristão, nunca me passou pela cabeça imitar a vida de um homem que morreu por outros que o perseguiam.

Hoje estou convicto de minha fé em Deus e pela Sua graça, já pude experimentar Sua mão pesando sobre meus ombros. Hoje declaro Jesus como único e suficiente Salvador de minha vida. Mas… perseguido?

Perseguição. Será que sabemos do que isso se trata?

“Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus.” (Mateus 5.10).

Pensemos por exemplo, na perseguição sofrida por irmãos em países de cultura exclusivamente muçulmana onde não lhe são permitidas simples declarações de louvor, onde os cultos são tratados como pecado e justificativa para prisão, onde os missionários sofrem ameaças de morte e acusações de bruxaria pelo simples fato de confessarem Jesus como seu salvador.

Há alguns anos assisti a um culto com uma missionária brasileira que vivia na África. Dentre as perseguições sofridas por ela e sua família estavam condenações e tentativas de homicídio. Algumas dessas histórias me marcaram:

Na primeira, os homens da aldeia onde vive, cortaram os cabos de freio do carro que ela dirige para que se acidentasse e morresse na auto-estrada. Pois Deus lhe permitiu ir ao seu destino diário através da estrada e quando enfim o cabo estourou (engraçado ele estourar depois de tanto tempo sendo que já estava cortado desde que saíra de casa), seu carro deu voltas descontroladas no meio da pista de uma estrada movimentada sem que batesse em nenhum dos carros. Ela e a mulher que a acompanhava sobreviveram e testificaram que o carro não possuia condição alguma de se locomover.

Em outra situação, esses homens banharam o redor de sua casa com combustível inflamável, suficiente para derrubar a casa e tudo o que houvesse ali dentro (sim, estavam todos lá). Eis que o fogo se espalhou ao redor de toda a casa e queimava o lado de fora, mas sem conseguir “entrar” no interior daquele lugar. Todos ali dentro saíram ilesos porque o fogo acabou e não queimou.

A outra história era mais recente. Durante a madrugada, um grupo de homens invadiu essa casa onde vivem os missionários e abrigam os jovens recém-convertidos (em geral, ex-drogados, ex-bandidos e ex-moradores de rua). Um dos homens, empunhando uma faca, cercou um dos garotos e a apertou contra seu pescoço o ameaçando e incitando a dizer que não acreditava em Jesus. O rapaz, recém convertido mas que já havia experimentado o amor do Senhor sobre sua vida respondeu: “Você pode me matar, mas eu não nego ao meu Deus”.

Agora nós, pôxa vida, reclamamos de nosso chefe que pega no nosso pé porque nos chama de “crente”. Lamentamos uma certa “perseguição” que sofremos por nossa conversão, das brincadeiras de mal gosto, das ofensas, os olhares atravessados, mas essas são acusações do inimigo que convenhamos, sabemos superar com nossa atitude e comportamento, seguindo o que Jesus nos fala sobre “dar a outra face”. Deus nos honra e traz justiça.

Vivemos em um país que possui hoje 30 milhões de evangélicos e corremos o sério risco de daqui muito pouco tempo, ter uma nação cristã em aparência, mas pagã na essência. De que adianta declarar-se “membro” de uma segmentação religiosa que proclama a salvação por Cristo Jesus se a prática de nossas vidas não é pura e tampouco digna de ser entitulada realmente cristã.

Não falo pelo pecado, do qual nos arrependemos dia após dia, falo do comodismo pelo qual permitimos esfriar a nossa fé. Pensemos no quanto falamos pouco de nosso Deus às outras pessoas, do quanto deixamos de viver como filhos verdadeiros e fazemos pouco caso da criação de Deus que está perdida pelas ruas das cidades e temos a negligência de permitir que suas ovelhas se desviem do caminho correto e santo. Estamos fazendo a nossa parte, mas pela liberdade que temos, frente ao que sofre nossa família lá no oriente, isso tem sido tão pouco!

Martinho Lutero tem uma frase interessante: “Ser cristão é olhar para Jesus e dizer: Esse homem para mim é Deus!”. Paulo em outra ocasião declarou: “Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor.” (2 Coríntios 3.18).

Baseado nesse texto de Paulo, eu já disse isso anteriormente mas gostaria de repetir, quando olhamos em um espelho vemos o reflexo do que somos, mas se olharmos em um espelho e vermos a imagem de Deus é sinal de que estamos cada vez mais parecidos com Ele. Não que conheçamos a sua face ou que acreditemos naquele loiro barbudo e bonito das imagens, mas de fato, a única forma de nos espelharmos e parecermos mais com o Senhor é conhecendo a sua vida e imitando suas atitudes. Ser imitadores de Cristo com nossos atos e nos alegrarmos com isso, porque nós SOMOS LIVRES para isso tais atitudes.

Deus nos deu o privilégio de declarar e viver em Sua presença, dançando, louvando, adorando e declarando Seu amor aos povos, nascendo em um país que não nos reprime por isso. Temos o potencial e o aval para ser uma nação santa e carregada pelas mãos de Deus, mas por vezes temos fugido dessa “responsabilidade” fazendo uso do livre arbítrio para dar abertura à vontade do diabo em nossas vidas: dizer “não” aos mandamentos e desígnios de Deus.

Nossos missionários, quando em nações orientais, comemoram e festejam uma única conversão. São proibidos de declarar o evangelho, são perseguidos e como vimos, correm risco de vida por isso. Mas Deus os honra e naqueles lugares onde pensamos que Sua presença pode não existir, faz amadurecer o fruto daquela semente plantada.

“Então Jesus entrou no templo, expulsou todos os que ali vendiam e compravam, e derribou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas; e disse-lhes: Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração; vós, porém, a fazeis covil de salteadores. E chegaram-se a ele no templo cegos e coxos, e ele os curou.” (Mateus 21.12:14).

Jesus estava indignado com a injustiça. O povo de Deus estava mais preocupado com seus interesses particulares e carnais do que com a busca efetiva do Senhor. Em Apocalipse 3.20 vemos a passagem em que Jesus envia uma carta à igreja de Laodicéia dizendo: “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo.” Imagine que a igreja estava ali, reunida, de portas fechadas e falando de Jesus, mas Ele não estava lá dentro…

Assim também nós, quantas vezes temos nos preocupado com o nosso “comércio” pessoal com Deus e esquecido de nossos irmãos necessitados, temos buscado mais as “bençãos” e menos o “Abençoador” fechando as nossas portas para que Jesus efetivamente entre e faça Sua obra. Nos grudamos nos bancos do templo e perdemos a nossa comunhão pelo comodismo com que nos apresentamos na presença do Senhor.

Aquele garoto de 12 anos na Escola Dominical tinha sua reação carnal para a provocação que sofria no colégio quando, na verdade, sabia qual era a atitude correta que deveria ter. Mas para sua idade e ambiente em que vive, ser acusado de não reagir a tal provocação do coleguinha poderia ser pior do que agredir ao outro e ceder ao pecado.

Nós, servos e filhos de Deus, muitas vezes nos comportamos de igual forma quando confrontados por uma seta como essa. Cedemos às mentirinhas para não perder a nossa “posição”, rimos das piadas maldosas para não ficar feio diante das pessoas, nos iramos no trânsito, em casa ou no trabalho, nos preocupamos com as aparências e andamos ansiosos com a resposta que Deus se encarrega de prover, como se Ele fosse o servo e não nós.

Voltando ao estudo dado em sala, lembramos que a Bíblia faz questão de dizer que Elias foi um homem comum e quando perseguido por Jezabel, sente medo e foge para esconder-se em uma caverna. Mas Deus o “cutuca” e alerta que ele deve ir ao povo, declarar a verdade do Senhor, sem temor, pois o Deus que o sustentou e usou até então o honraria e traria a providência.

Mais uma vez irmãos, desculpe a insistência, mas nós não sofremos nada diante das perseguições que nossos irmãos sofrem em terras distantes, temos total liberdade para declarar, evangelizar e cultuar ao nosso Deus. Se Ele precisou alertar a Elias para que saísse e não temesse, também nós, devemos ter essa consciência e fazer a obra do Senhor confiantes em Seu mover glorioso em nosso meio.

Glorificado seja o nome do Senhor!

Irmãos em Cristo

por Luiz Henrique Matos

– A gente é amigo, mas por Deus nós somos irmãos, sabia?

– É.

– É.

Não tivesse esse diálogo ocorrido aos meus 7 ou 8 anos de idade, hoje ele seria comum. Naquela idade não sabia eu que Deus era Pai, mas sabia que meus amiguinhos eram meus “irmãos da parte de Deus”. Estava até agora tentando encontrar o neurônio onde guardei o nome ou o rosto de quem me ensinou isso, mas não adiantou, deve ter sido uma tia, avó ou algum “crente”… e eu nem sabia o que era “crente”, sabia sim o que era a igreja, católica, onde eu ia com meu pai aos domingos para poder passar na padaria depois da missa e comprar doces (engraçado, até hoje me lembro daquela igreja e sinto cheiro de pãozinho!).

Lembro-me daqueles meninos com quem conversei, André e do Danilo. Os conheci no “prézinho” em meu primeiro dia de aula, os três chorando desesperadamente porque não tinha nenhuma mãe ali, só aquela tia estranha sorrindo pra gente. O André, hoje entendo, era nordestino, daí o estranho modo como me chamava. Ele dizia “Ô Hérrique!” com um sotaque engraçado. O Danilo também tinha algo estranho, quando ia agradecer por algo, dizia “brigada” ou invés de “obrigado” e em meus 7 (ou 8) anos tentava descobrir o motivo disso e para me consolar coloquei na cabeça que ele devia ter muitas irmãs e como ainda era novo na escolinha não sabia como um garoto deveria falar… sei lá.

A conversa portanto, aconteceu com os dois, André (“ô Hérrique!”) e Danilo (“brigada”) e eu me sentia de certa forma feliz em pensar nesses amigos de quem eu gostava como sendo meus irmãos. Pensava também no Cuca e no Beto, meus outros amiguinhos de infância para quem também falei essa mesma “novidade”. Só não entendia como é que ficavam os meus dois irmãos de verdade, filhos da minha mãe e também, ora bolas, porque deveria chamar de irmãos aqueles outros garotos que queriam brigar comigo na hora do recreio!

Sinceramente eu não sei ao certo a série ou idade em que estava, mas pensar em meus coleguinhas como irmãos era algo que explicava muita coisa e ao mesmo tempo complicava tantas outras a respeito do meu sentimento pelas pessoas.

Poucos anos depois, quando começaram as aulas de Ciências na 3ª série, eu já havia mudado de cidade, não sabia o que acontecera ao André e ao Danilo e a “tia” deixou de ser tia para virar “pissôra”. Nessa época, fui aprender nos livros e nas aulas que eu não era fruto da evolução das espécies, que o ser humano (eu) tinha sua origem no avanço do macaco e que mundo não tinha sido feito pelo estalar de dedos de Deus, mas sim por uma explosão que mais lembrava o nome daquele relógio grandão lá na Inglaterra. E passei a pensar que meus amiguinhos não eram meus “irmãos”, mas que talvez meus avós, antes de serem velhinhos de cabelos brancos, poderiam ter sido macacos, como aqueles do zoológico onde o pai e a mãe tinham me levado.

Passados outros anos (lá pelos 11), eu já tinha feito o catecismo lá na igreja do bairro (não, não era aquela do pãozinho, era a da quermesse) e aprendi algumas histórinhas que novamente confrontavam aquela coisa da explosão, que falavam de fato quem era o tal do Jesus e os outros tantos personagens que apareciam antes e depois dele. Eu cabulava bastante essas aulas para ir na piscina do clube, mas no fim do ano consegui fazer a confissão e comer aquele pãozinho achatado molhado num restinho de vinho.

E seguindo a linha do tempo, avançaram-se mais alguns anos (cerca de 4 ou 5 atrás) e eu estava no início do namoro com minha esposa. Nesse tempo, ainda queimava em minha cabeça a possibilidade de eu ser um macaco primata ou ser um descendente de Adão (só para fazer outro parêntese, eu tinha um tio chamado Adão e sei lá eu porque cargas d’água sempre pensava nele como sendo a figura bíblica… ruivo, magrelo, alto e mineiro!). Nessa época eu estava começando a faculdade e pensava que todo aquele universo de cientistas e estudiosos não poderiam ser menos inteligentes do que aqueles padres que não se casavam e viviam sozínhos (só para constar, eu descartava qualquer hipótese protestante).

Mas enfim, o tempo passa e como costumamos dizer: “Deus faz a obra”. E assim aconteceu. Inicialmente, na primeria etapa de meu processo de conversão, me convenci que então eu passara a ser filho de Deus e obviamente, como filho, me tornava irmão daqueles que compartilham da mesma fé. Isso pode parecer estúpido, mas fez uma diferença inexplicável nessa minha vida em que em tudo precisava de uma comprovação científica, lógica e testificada.

“Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.” (João 1.12:13).

E por misericórdia e amor de nosso Pai, fui compreendendo o sentido dessa nova vida, fui me adaptando ao bater desse novo coração e conhecendo a personalidade do novo homem, nascido após aquele batismo. Comecei a perceber que o relacionamento que temos com as outras pessoas não deve ser baseado nos nossos sentimentos ou julgamentos, mas que esses devem ser guiados por diretrizes muito maiores e completas que são as mãos poderosas e o amor de Deus.

Hoje particularmente, acredito na vida como uma grande “?” (interrogação) aos nossos olhos, com a única certeza que é Deus quem nos tem sustentado e à vontade dEle cabe o nosso futuro. Mas ainda agora, filho e servo do Senhor, leio minha Bíblia, medito naquelas passagens, ouço a pregação na igreja e já não tenho em mente as mesmas questões de alguns anos atrás, mas de certa forma, até agora não compreendo o fato de que mesmo sabendo a Verdade, muitas vezes insistimos na mentira. Deus disse (e diz) tanta coisa, porque raios teimamos em agir diferente?

Como é muito claro nas linhas aí de cima, não nasci em uma igreja protestante. Mas agradeço a Deus pelo fato de tê-Lo encontrado ainda jovem. Pude compreender porque afinal aquela tia, avó ou um “crente” me ensinaram a respeito dos irmãos (João 1.12:13 citado acima) e que pelos meninos briguentos eu devo a mesma dedicação e amor e que devo pelos cristãos e amigos amados (Mateus 22.39). E fui vivendo esse amor como se visse uma retrospectiva da minha vida na tela de um cinema e aprendi a respeito do amor de Deus por nós e do mesmo amor que Ele ensina que devemos ter uns para com os outros. Mas não entendo porque ainda assim não nos tratamos de tal forma.

Não entendo porque também aprendi que mesmo naquela realidade obscura em que vivi durante outros tempos, Deus não fez e não faz distinção de pessoas (Romanos 3.22:24), amando a todos da mesma forma, seja eu, o pastor da minha igreja ou o traficante de quem eu consumi droga durante minha adolescência. É o amor incondicional, que independente de nosso humor e muito menos e nosso credo, cor, sexo, raça ou classe social.

Compreendi também que o relógio inglês chama-se Big Ben e a explosão dos cientistas Big Bang e que de fato o relógio existe mas a explosão não passa de uma teoria humana e incrédula. Que minha avó nasceu bebê, assim como eu e você e que os macacos do zoológico não se tornarão vovós daqui uns anos. Percebi que o tio Adão provavelmente nada se parece com o outro que foi marido da Eva.

E entendi enfim, que Deus criou o mundo e tudo o que nele há (1 Samuel 2.8)) e que estamos aqui para amarmos uns aos outros como a nós mesmos e em primeiro lugar, para adora-Lo e servi-Lo com toda nossa dedicação e… amor!

Fiquem na Paz do Senhor!

PS. Abaixo estou incluindo parte dos versículos que fundamentam e sustentam esse texto. Por serem passagens mais extensas, preferi deixar que consultem conforme o tempo e desejo de cada um. Sugiro que leiam, consultar a “fonte” é sempre mais importante.

“Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste, porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos. Porque, se amardes os que vos amam, que recompensa tendes? Não fazem os publicanos também o mesmo? E, se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os gentios também o mesmo? Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste.” (Mateus 5.43:48).

“O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.” (Mateus 22.39).

“Justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos e sobre todos os que crêem; porque não há distinção, pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus” (Romanos 3.22:24).

“Porque do Senhor são todas as colunas da terra, e assentou sobre elas o mundo.” (1 Samuel 2.8b).

“Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, constituem um só corpo, assim também com respeito a Cristo. Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um só Espírito. Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos. Se disser o pé: Porque não sou mão, não sou do corpo; nem por isso deixa de ser do corpo. Se o ouvido disser: Porque não sou olho, não sou do corpo; nem por isso deixa de o ser. Se todo o corpo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo fosse ouvido, onde, o olfato? Mas Deus dispôs os membros, colocando cada um deles no corpo, como lhe aprouve. Se todos, porém, fossem um só membro, onde estaria o corpo? O certo é que há muitos membros, mas um só corpo. Não podem os olhos dizer à mão: Não precisamos de ti; nem ainda a cabeça, aos pés: Não preciso de vós. Pelo contrário, os membros do corpo que parecem ser mais fracos são necessários; e os que nos parecem menos dignos no corpo, a estes damos muito maior honra; também os que em nós não são decorosos revestimos de especial honra. Mas os nossos membros nobres não têm necessidade disso. Contudo, Deus coordenou o corpo, concedendo muito mais honra àquilo que menos tinha, para que não haja divisão no corpo; pelo contrário, cooperem os membros, com igual cuidado, em favor uns dos outros. De maneira que, se um membro sofre, todos sofrem com ele; e, se um deles é honrado, com ele todos se regozijam. Ora, vós sois corpo de Cristo; e, individualmente, membros desse corpo.” (I Coríntios 12.12:27).

Pai, o que você quer de mim?

por Luiz Henrique Matos

Me perdoem pelo abuso, mas hoje eu gostaria de contar um testemunho. Sempre me sinto edificado quando ouço (ou leio) de algum amigo as bençãos de Deus em sua vida e hoje queria fazer uso desse espaço para tal.

Como alguns sabem, não faz muito tempo (bem, isso é relativo) que pude conhecer a graça e a misericórida dEle em minha vida. Não sei dizer exatamente uma data ou um ano, mas isso também não me importa muito, já disse também que não acredito que alguém “aceite” Jesus, creio que em certo momento o Espírito nos toca e passamos sim, a enxergá-lo. Mas independente de prazos, gosto de pensar que tenho procurado viver intensamente esses momentos com Ele.

Pouco antes de eu começar a escrever esses e-mails (e para alguns de vocês eu já os mando há mais de um ano), houve uma fase de minha vida cristã em que orava a Deus pedindo um direcionamento. Gostaria de saber quais eram os planos dEle para mim, queria um ministério, queria ter os dons espirituais (1 Coríntios 12), queria ser “usado” por Deus como profeta (Isaías 6), desejava ser uma benção na minha comunidade cooperando para o mover de cura, restauração, libertação na vida dos irmãos (Mateus 16). Gostaria de ser um “servo exemplar” para meu Deus e queria saber quais eram os caminhos para isso.

Sinceramente, não tenho entendimento para saber como as coisas se movem no plano espiritual, mas creio que lá de cima, Deus olhou para mim aqui embaixo, ajoelhado naquele quarto, deu aquela suspirada e pensou “Ai ai, lá vem mais um”. Mas como sempre, Ele teve misericórdia de mim, me amou e partir de um tempo, nesses mesmos momentos de oração, o Senhor começou a ministrar respostas em meu coração. Tentando fazer uma tradução, era como se Ele me dissesse algo como:

“Calma rapaz! Não se preocupe com os meus propósitos, isso não é importante para você. Distribuir a capacitação, os ministérios e dons é o meu papel e não o seu. Darei a cada um aquilo que já planejei para suas vidas e nisso você não pode interferir. Aliás, a única coisa que você pode realmente fazer é escolher entre ‘sim’ e ‘não’. O sim, é me seguir, me amar, estar comigo… escolha isso, busque-me, invoque meu nome, adore… e fique tranquilo”.

Confesso que a princípio isso me parecia pouco, simples até. Mas com o passar dos dias (e das orações), em minhas leituras da Bíblia, eu sentia saltar à minha vista alguns versículos que me foram sendo ensinados ao longo desse tempo. Gostaria de compartilhar como forma de confirmar o que foi dito acima.

“Os teus olhos viram a minha substância ainda informe, e no teu livro foram escritos os dias, sim, todos os dias que foram ordenados para mim, quando ainda não havia nem um deles.” (Salmo 139.16).

“E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se desviar dos seus maus caminhos, então eu ouvirei do céu, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra.” (2 Crônicas 7.14)

“Filho meu, guarda as minhas palavras, e entesoura contigo os meus mandamentos. Observa os meus mandamentos e vive; guarda a minha lei, como a menina dos teus olhos. Ata-os aos teus dedos, escreve-os na tábua do teu coração.” (Provérbios 7.1:3).

“E ele me disse: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. Por isso, de boa vontade antes me gloriarei nas minhas fraquezas, a fim de que repouse sobre mim o poder de Cristo.” (2 Coríntios 12.9).

“Escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua descendência.” (Deteronômio 30.19b)

“Não se aparte da tua boca o livro desta lei, antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme tudo quanto nele está escrito; porque então farás prosperar o teu caminho, e serás bem sucedido. Não to mandei eu? Esforça-te, e tem bom ânimo; não te atemorizes, nem te espantes; porque o Senhor teu Deus está contigo, por onde quer que andares.” (Josué 1.8:9)

E dessa forma minha ansiedade foi sendo tratada e melhor do que isso, pude aprender com o Professor qual deve ser a nossa postura e qual era a minha “lição de casa”. Descobri que simples, de fato é, não tem segredos ou mistérios envolvidos nos planos de Deus para nós. Mas de um outro lado, não é de modo algum fácil, é estreito, duro e penoso. Mas vale a pena, ahh como vale!

Creio que acima de tudo, senti que Deus quer que os meus esforços estejam naquillo que Jesus definiu como sendo “o mais importante” para Seus filhos. Prefiro não estragar a história com esse meu vocubulário pobre e vou deixar que essas palavras saiam de Sua boca:

“Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas.” (Mateus 22.37:40)

Precisa mais? Deus só quer o nosso amor e dedicação à Ele, aliás, todo o nosso amor. Se formos capazes disso, todo o resto se fará conforme a Sua vontade… ora, e não é justamente isso que temos pedido?

Fogueira das verdades

por Luiz Henrique Matos

Vaidade: 1. Qualidade do que é vão, ilusório. 2. Desejo imoderado de atrair admiração. 3. Frivolidade, fatuidade, presunção (Dicionário Aurélio).

“O Senhor conhece os pensamentos do homem; sabe que são vaidade.” (Salmos 94.11).

Onde quer que estejamos, em qualquer hora do dia, se nossas atitudes, postura ou pensamentos estão voltados e preocupados com o que os outros pensam ou entendem a nosso respeito, isso é vaidade.

Fazemos para os outros ou fazemos para Deus? Se ao orar, ao louvar e exaltar ao Senhor pensamos em “fazer bonito” diante da igreja, não é exatamente ao Deus vivo que estamos adorando. Da mesma forma, se não é o Senhor que conseguimos enxergar através do operar de seu Espírito na vida de um ministro ou irmão dentro e fora da igreja, é a vaidade que está em nossos corações.

Só para nos situarmos pela Bíblia, veja a ocasião em que Paulo e Barnabé estavam Listra (Atos 14). Enquanto Paulo pregava viu um homem aleijado e vendo que este tinha fé para ser curado, disse-lhe para que se levantasse, o homem saiu andando e saltando. Quando todos ali viram o que Paulo fizera, começaram a dizer entre si que aqueles dois (Paulo e Barnabé) eram deuses na forma de homens e começaram a trazer-lhes ofertas e desejavam oferecer-lhes sacrifício (versículos 8 a 13). Mas vejamos a atitude deles:

“Quando, porém, os apóstolos Barnabé e Paulo ouviram isto, rasgaram as suas vestes e saltaram para o meio da multidão, clamando e dizendo: Senhores, por que fazeis estas coisas? Nós também somos homens, de natureza semelhante à vossa, e vos anunciamos o evangelho para que destas práticas vãs vos convertais ao Deus vivo, que fez o céu, a terra, o mar, e tudo quanto há neles; o qual nos tempos passados permitiu que todas as nações andassem nos seus próprios caminhos. Contudo não deixou de dar testemunho de si mesmo, fazendo o bem, dando-vos chuvas do céu e estações frutíferas, enchendo-vos de mantimento, e de alegria os vossos corações. E dizendo isto, com dificuldade impediram as multidões de lhes oferecerem sacrifícios.” (Atos 14.14:18).

Paulo e Barnabé, como homens de Deus, não permitiram que lhe atribuíssem aquele feito, não podiam atrair admiração para si, porque essa não lhes era devida.

Independente das vitórias e do operar de Deus em nossas vidas, não temos glória ou direito algum senão o que Ele mesmo nos dá. Como filhos, nós podemos cantar, podemos dançar, gritar, pular, sorrir, chorar e até ficar em silêncio, somos livres para isso. Na presença do Senhor somos quebrantados e tocados pelo Seu amor e se o nosso coração se alegra em agir dessa forma é porque somos tocados pelo Pai, então façamos para honra, louvor e glória dEle.

“Louvem-lhe o nome com danças, cantem-lhe louvores com adufe e harpa.” (Salmos 149.3).

Não importa o quê ou de que forma fazemos, temos o livre arbítrio. Podemos por exemplo, nos vestir como gostamos, entoar os cânticos que nos alegram, podemos tocar o instrumento que desejamos no ritmo que mais nos agrada, mas desde que o façamos sem vaidade. E da mesma forma, mas em diferentes contextos cabem nossas vidas no trabalho, na escola, no púlpito, na rua, no trânsito ou simplesmente sozinhos em casa… trocando uma lâmpada.

A verdade é que não devemos nos apegar a rituais religiosos e humanos. Jesus mesmo em diversas ocasiões os rompeu para que nos desprendêssemos de tradições (consulte os evangelhos de Marcos, Mateus, Lucas ou João).

“Ora, o Senhor é o Espírito, e onde está o Espírito do Senhor aí há liberdade.” (2 Corintios 3.17).

Não é importante se sua igreja é tradicional ou é “do fogo”, não importa se todos estão engravatados, chorando, gritando ou cantando um hino do século passado em corinho. Entenda uma coisa, Deus não olha para a reunião, Deus olha para você, Deus não quer saber do coletivo, Ele quer ver o individual. E é esse “individual”, essa motivação em cada um de nós, que vai de fato, transformar o todo.

Portanto, independente de onde você estiver, Ele estará com você (Salmo 139.7:10), independente de como você estiver, Ele vai te amar. Ele não olha o que você faz, mas sabe a intenção com que você realizou. Ele não olha para o seu corpo, mas para o coração. Deus não quer uma igreja, Ele quer um culto.

Humildade: 1. Virtude que nos dá o sentimento de nossa fraqueza. 2. Modéstia. 3. Submissão. (Fonte: Mini-dicionário Aurélio).

Colocando à prova

por Luiz Henrique Matos

Em outubro do ano passado, os noticiários começaram a divulgar a descoberta, por um arqueólogo da Universidade Sosbornne (França) de uma arca, que estaria identificada como o ossuário de Tiago. A arca traz inscrições em aramaico, que traduzidas significam “Tiago filho de José irmão de Jesus” (veja notícia da época na Folha Online)

É fato que Tiago, José e Jesus eram nomes muito comuns naquela época e região, mas o impacto e surpresa se deram justamente porque esse cruzamento de nomes na combinação de parentesco dificilmente existia. Outro aspecto curioso é que não era habito escrever algum outro nome que não o do pai, nesse caso estava gravado o nome do irmão (Jesus), situação que só acontecia quando tratava-se de alguém importante ou conhecido.

A novidade causou furor tanto no meio cientifico quanto no cristão. Os cientistas viram a ameaça de desmoronarem algumas de suas teorias que alegam que Jesus possivelmente nem existira e que sua história e ministério não passam de invenção da igreja em meados dos séculos III ou IV. E os religiosos cristãos enfim, teriam uma prova fisica e testificada de que o Senhor passou por essa terra. Isso porque, tanto para cientistas quanto para cristãos, só se tem conhecimento da vida de Crsito pelo próprio Evangelho, fora esse, não há citação alguma a seu respeito em nenhum documento histórico

Aqui no blog, do ponto de vista (sempre) cristão, nada contra o fato de se buscar a compreensão dos fatos datados que contrastam e esclarecem algumas das realidades biblicas e humanas, que nos auxiliam no entendimento teológico e das condições em que isso se deu.

Como já foi citado aqui anteriormente (no comentário A Criação): “Porquanto o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das cousas que foram criadas. Tais homens são por isso indesculpáveis.” (Romanos 1.19:20).

Nessa passagem Paulo nos mostra que nada tem de mal o homem buscar o conhecimento das coisas de Deus, até porque elas já nos são conhecidas. Entender o porquê de o Senhor ter feito e o como foi feito não tem nada de pecado. Mas isso não está relacionado em nenhum ponto a comprovar a existência de Deus por meio de suas obras, o que a Bíblia nos incentiva a fazer é justamente o contrário, conhecer as suas obras por meio de sua existência, a qual só “vemos” através da experiência da fé.

Como homens temos a teimosia de querer provar pelo material a existência do espiritual, queremos esclarecer a nós mesmos e ao mundo todo que Deus existe e para tanto não nos basta a nossa vida, nosso testemunho e experiências com Ele, precisamos mostrar algo “tangível” para que o outro possa olhar e concordar com a nossa eterna mania de querer ter razão. Pois veja bem, “razão”, expressão sobre a qual, o plano espiritual não exerce alguma.

“Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se vêem. Porque por ela os antigos alcançaram bom testemunho. Pela fé entendemos que os mundos foram criados pela palavra de Deus; de modo que o visível não foi feito daquilo que se vê.” (Hebreus 11.1:3).

E esse capítulo (leia aqui na Biblia Online) nos mostra o testemunho e as conquistas alcançadas pelos antigos, fala de Abel, fala de Noé, fala de Moisés e como tudo na palavra, só está escrito para que possa ser aplicado hoje em nossas vidas também. Tudo o que foi feito ali, também poder ser feito agora, é esse o nosso Deus, o mesmo ontem, hoje e sempre (dentre outras passagens, isso também consta em Salmos 33.11: “O conselho do Senhor permanece para sempre, e os intentos do seu coração por todas as gerações.”).

Agora, porquê nos apegamos a essas falsidades? Pessoalmente, creio que Deus não permitiria que nossa crença nele fosse fundamentada sobre um elemento físico, uma condição. Ele requer nossa fé e pela fé somos curados (como o foram muitos durante a vida de Cristo), pela fé somos salvos (e não pela declaração de “aceitação”), pela fé oramos e experimentamos a presença do Pai em nossas vidas.

“Ora, Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. Diziam-lhe, pois, ou outros discípulos: Vimos o Senhor. Ele, porém, lhes respondeu: Se eu não vir o sinal dos cravos nas mãos, e não meter a mão no seu lado, de maneira nenhuma crerei. Oito dias depois estavam os discípulos outra vez ali reunidos, e Tomé com eles. Chegou Jesus, estando as portas fechadas, pôs-se no meio deles e disse: Paz seja convosco. Depois disse a Tomé: Chega aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; chega a tua mão, e mete-a no meu lado; e não mais sejas incrédulo, mas crente. Respondeu-lhe Tomé: Senhor meu, e Deus meu! Disse-lhe Jesus: Porque me viste, creste? Bem-aventurados os que não viram e creram.” (João 20.24:29).

Tomé precisou ver para crer que Jesus havia ressucitado. Quantas vezes não temos agido como Tomé? Quantas vezes não temos adotado ao velho “ver para crer” em Deus. Exigimos respostas a nossas orações, exigimos provas para comprovar “propósitos”, fundamentamos nossa (falsa) fé em situações que pouco ou nada tem a ver com a vontade do Senhor.

Só para constar, na última quarta-feira a Folha de São Paulo noticiou que após análises especialistas da Autoridade Israelita das Antiguidades declararam que o nome de Jesus gravado no ossuário (encontrado em uma loja de antiguidades de Israel) foi forjado, sendo uma reprodução na lingua original feita há pouco tempo. Quer tirar a prova? Acesse e leia.

Minha religião não permite

por Luiz Henrique Matos

Ontem ouvi essa frase depois de muito tempo. Acho engraçada. Me lembro de quando era criança e ouvia essa expressão de uma tia minha, de seus filhos e de alguns colegas de escola que eram “crentes” (eu também achava isso engraçado). Eu ficava imaginando a figura de um pastor – que para mim era um padre que pode casar – limando e proibindo seus fiéis daquilo que lhes era permitido ou não. Só para constar, na minha percepção infantil existiam duas religiões: os católicos e os “crentes”. Só isso.

De quatro anos para cá Deus tem feito sua obra em minha vida. Como corriqueiramente ouço, sou um “bebezinho na fé” (pudera eu ser puro e verdadeiro como um). Mas se tenho aprendido algo da parte dEle, dentre outras coisas, é justamente o desapego que devemos ter à religiosidade. A religião em si não nos é negativa, sendo simplesmente a descrição humana que classifica a diretriz de nossa fé, que segue ao cristianismo, pela visão da Reforma Protestante de Lutero. Mas o significado literal dessa palavra é valido tanto para nós quanto para espíritas, budistas, hindus, muçulmanos, etc (veja no dicionário Michaelis Online). Religiões e diferenças que só vim a conhecer ao longo de alguns anos.

Infelizmente, de um significado puro e simples, nós deixamos que decorra algo intrinsicamente negativo (agora sim), a religiosidade. Sentimento que nos vincula a dogmas e tradições de falsas verdades. Religiosidade que fez com que o povo de Deus, há mais ou menos 2003 anos não visse sua profecia cumprida e seu Filho vivo caminhando em nosso meio.

“Estava no mundo, e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o conheceu. Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.” (João 1.10 e 11).

Como já disse aqui antes, aqueles homens judeus, o povo de Deus, não conseguia acreditar que alguém pobre e feio pudesse ser o Messias prometido nas Escrituras. Eles estavam tão apegados à sua visão particular e humana dos planos de Deus que se deixaram enganar pelas tradições de sua… religião. Pelo que se vê, eles esperavam por um mega-evento, anunciando em todos os veículos de comunicação que a vinda do Senhor estava próxima e Ele apareceria nos altos e pousaria, sei lá, no Maracanã. Tanto não acreditaram, que esperam por ele até hoje.

Nos tempos atuais, em uma visão beeem particular e ficticía. Imagine se Jesus nascesse hoje, aqui no Brasil. Guardadas as devidas proporções, o Filho de Deus viveria em uma cidade muito pequena como… Lagoinha (cujo tamanho foi citado no blog nessa segunda-feira). Ele nasceria pobre, talvez morasse em uma favela. E “para ajudar”, quando aos 30 anos de idade começou seu ministério, suas companias invariavelmente eram homens simples como ele, que sem preconceitos, falava com prostitutas, adúlteras, loucos, mendigos, aleijados, ou seja, a “escória” daquela sociedade. Imagine também os moldes atuais de nossa religião, as condições e as igrejas. Acreditaríamos em um homem desses? Será que nossa “religião permitiria” essa crença? Será que alguém que é amigo de sujeitos sem expressão poderia ser o Deus vivo?

Nossa religião deve ser Jesus. Jesus que em vida quebrou os paradigmas de sua época, rompeu com as tradições religiosas e trouxe o perdão, a graça, a paz ao seu povo. E enquanto morria, teve misercórida e amor por cada um de nós.

“A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo.” (Tiago 1.27).

Quem sabe seria mais fácil se na luta contra maldições desse mundo (como a educação de nossos filhos, a violência e a promiscuidade por exemplo), as nossas igrejas mostrassem a verdade bíblica, a vontade, o amor e o poder de nosso Deus, dando testemunho e vivendo a vida de Cristo ao invés de procurar o mérito da conquista e o crescimento de suas propriedades e denominações. Devemos sempre lembrar que não temos ou merecemos glória alguma, devemos trabalhar e viver como servos e adoradores do Senhor, seguindo os mandamentos de sua Palavra.

“Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é Dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie.” (Ef 2.8-9). Coincidentemente ou não, esse versículo é inspiração de Lútero para sua reforma.

Na minha infância, eu nutria uma certa rejeição por essa tal “religião” que não “permitia” meus primos e amiguinhos fazerem coisas que para mim eram tão legais. Cresci achando os crentes certinhos e… chatinhos, mas por graça divina nunca deixei de respeitar a Deus. Analisando atualmente, maioria daquelas crianças (e eu entre elas), não tinham o comportamento cristão que deveriam ter recebido pela educação espiritual de seus pais. Talvez porque esses mesmos pais lhes ensinaram a temer a “permissão” da religião e a figura de um pastor e esquecer a revelação bíblica e o amor do Pai verdadeiro.

“Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes.” (Mc 12. 30 e 31).

* Como referência para esse texto, além dos versículos citados, leia os evangelhos de Marcos, Mateus, Lucas ou João. Está tudo lá.

Diante de nossos olhos

por Luiz Henrique Matos

Sábado pela manhã, peguei minha esposa e malas, carreguei o meu já cansado carrinho e segui pela rodovia Carvalho Pinto em direção ao Rio de Janeiro. O destino era um ponto mais próximo, a cidade de Lagoinha, distante cerca de 210 km da capital de São Paulo. O motivo, uma visita ao meu sogro que está morando por aquelas bandas.

Depois de pontuais duas horas e meia, chegamos à cidade que segundo o último censo do IBGE, possui 4.957 habitantes. O estado de São Paulo em sua totalidade soma 645 munícipios, sendo que o maior deles, a capital São Paulo possui 10.434.252 habitantes (deu para ter uma idéia do que Lagoinha significa?).

Chega a ser engraçado o simples fato de estar menos de três horas de minha casa e a nítida sensação e se estar em outro planeta. A calma, as pessoas, a tranquilidade… nada de trânsito, elevadores, fumaça… coisa de interior.

Vivendo em uma metrópole, conto os minutos do meu dia, envolvido em relatórios, números, taxas, índices, campanhas de marketing e outras coisas que me parecem vitais nessa rotina. E quando, pelo acaso ou necessidade, me abstraio dessa vida maluca por um dia ou dois, enxergo a inversão de valores em que me concentro. O vital é a vida, vida que se vê abundante na natureza que acaba sucumbida no meio do cinza da cidade grande, que teima em crescer. Natureza essa que é clara, até demais, naquele monte de mato que não acaba.

Quando alguém como eu, que cresceu nesse cinza, encontra o “mundão” de cores que só a obra divina pode proporcionar, incrivelmente nota-se a maravilhosa obra de nosso Pai Criador. É como se ao olhar o céu, as montanhas e mesmo a simplicidade natural de uma estradinha de terra, pudessemos ver, errr… eu não diria bem o dedo, mas a “impressão digital” de Deus (sabe como é?).

E nesses dias o que não me faltou foi tempo para pensar sobre essa beleza toda (como dura o tempo em um lugar desses) e “automaticamente” imaginar a presença do povo de Deus por ali. De certa forma me espantei, pode parecer estranho, mas não só Lagoinha como as demais cidades da região, são fortemente presas à idolatria e suas festas pagãs. Tive a oportunidade de conversar com um irmão daquele local, que informou que existem apenas 3 igrejas evangélicas ali, todas com capacidade para abrigar, no máximo, 40 pessoas.

Posso parecer inocente, mas fico até certo ponto chocado com uma contradição tão forte. No mesmo lugar onde se é tão visível o poder de Deus, é da mesma forma necessária a presença de Sua palavra.

Não por acaso, me lembrei da primeira aliança do Senhor com o povo de Israel nos tempos de Moisés, na situação em que Deus se faz presente no alto do monte e o todo povo ao ver aquilo, tem medo e foge (Êxodos 19 e 20). E a Bíblia relata mais adiante (capitulo 32) que em outra ocasião, quando Moisés desce do monte com a revelação da palavra do Senhor, encontra o povo de Deus adorando a um bezerro de ouro, que construiram com suas próprias mãos. Deus estava ali, poucos metros adiante e eles não quiseram enxergá-lo. Não me pareceu diferente aquela cidade, não me parece diferente da vida que muitas vezes levamos quando permitimos que “bezerros de ouro” tomem o lugar de nossas prioridades, de nossa oração, nossa meditação e comunhão com o Senhor.

Gostaria de pedir, a quem ler essa mensagem, que ore por aquele povo. A glória do Senhor está diante de seus olhos e eles não podem ver. E quando fizer a sua intercessão, ore também pela sua vida, pela vida de cada um de seus irmãos, porque nós também permitimos, diversas vezes, essa distorção em nossas casas.

Oportunidade ou indiscrição?

por Luiz Henrique Matos

Ontem à tarde o presidente Lula discursou em Brasília sobre a implantação do novo programa de saúde mental promovido pelo governo. O programa visa gerar melhorias no tratamento de deficientes mentais, capacitando esses pacientes para serem readaptados à sociedade e em contrapartida, lançar esforços no combate ao preconceito sofrido por essas pessoas.

Aconteceu que ao término do discurso do presidente, uma mulher que estava na platéia pediu licença para se aproximar. Concedida a permissão, a senhora iniciou uma breve pregação sobre Jesus, tendo em suas palavras temas como a conversão/salvação do traficante Luis Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar e por fim (ou até onde a televisão divulgou) falou sobre a repercursão que esse fato teria no exterior e que a partir disso, todo o mundo saberia que nosso país é comandado pelo Senhor.

Foi aplaudida, mas o presidente não pareceu muito feliz com as palavras de nossa irmã, alternando momentos de atenção e impaciência. Quanto aos demais convidados que estavam sentados a seu lado, nota-se que alguns riram sutilmente enquanto outros portaram-se com educação e respeitaram as palavras daquela senhora.

Mas a questão não é bem o comportamento do presidente Lula, sobre quem devemos lembrar, é uma autoridade constituída pelo nosso voto, com a permissão de Deus. Creio que o debate aqui deva ser outro discurso, o que foi feito pela mulher que pediu a palavra e de alguma forma, levou o evangelho àquele local (ela não foi identificada pela organização da Presidência, tampouco pelo Ministério da Saúde).

Devemos lembrar que em diversas passagens da Bíblia somos convocados por Deus a levar o evangelho aos povos, creio que o mais explícito desses chamados está em Marcos 16.15, que diz: “E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura”. A realidade é que como filhos e servos do Senhor, temos sempre a obrigação de levar o propósito de salvação. E vale lembrar também, que foi através de um ato/apelo como esse, que muitos de nós fomos tocados pelo poder de Deus.

As palavras daquela senhora foram muito adequadas, ponderadas, verdadeiras e pelo visto, proféticas. Houve ali a revelação de uma realidade até então não discutida em nosso país. Tratamos nossos criminosos como ameaças, cujas vidas devemos enclausurar e assim manter até que se percam na morte de sua carne. Esquecemos porém que o mesmo amor que Deus tem por nós, também o tem por eles e como filhos tocados e salvos pelo Senhor, devemos levar o evangelho a toda criatura, seja ela o Fernandinho Beira-Mar ou o Presidente da República.

Mas existe uma outra questão nessa história: agiu certo essa irmã que aproveitou-se de um momento como aquele para falar de Jesus? Era mesmo uma hora oportuna para falar sobre salvação?

Agostinho disse: “Prega o tempo todo. Se necessário use palavras.” E é justamente desse aspecto que muitas vezes nos esquecemos. Vinculamos o “pregar” com palavras, discursos, mensagens, sempre associados a uma platéia. Mas o que a Bíblia nos ensina é que nosso comportamento cristão, deve ser reflexo do de Jesus. Veja o versículo abaixo, as palavras de Paulo confirmam as de Agostinho:

“Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor.” (II Coríntios 3.18).

Jesus sempre agiu de forma discreta, pacífica. Talvez, uma grande prova disso (além do evangelho) seja o fato de existirem pouquíssimos registros históricos sobre sua passagem nessa terra. Nosso Senhor nunca foi um showman, nunca procurou as multidões, Ele trabalhou nos detalhes, agiu nas pequenas coisas, assim como tem feito em nós. Entrava onde era convidado e até hoje, só faz efetivamente parte da vida daqueles que o aceitam. Sofreu em silêncio, morreu por nós e em momento algum, emitiu alguma nota de cobrança pelo seu ato de salvação.

Não estou dizendo que devamos frear as motivações dadas pelo Espírito Santo, mas que da mesma forma como precisamos falar de Deus, precisamos ser um exemplo do ministério de Jesus, dando testemunho de nossa fé, em primeiro lugar, com nossas atitudes e depois disso com palavras. Devemos imitar o comportamento de Cristo.

Se aquela senhora ontem à tarde, comportou-se de maneira apropriada ou não, quem somos nós para julga-la? Entendo e creio no que diz a Bíblia, que tudo, tudo mesmo, tem seu propósito, nada acontece por acaso. Talvez tenha sido necessário ela estar ali para pregar com palavras e levar salvação para alguma vida, ou simplesmente para Deus usá-la e nos trazer entendimento sobre nossas atitudes. Em qualquer opção, cumpriu-se o propósito de Deus :-)

Como tem sido muito comentado aqui, existem coisas loucas nesse mundo, criadas pelo nosso Senhor, para confundir as (aparentemente) sábias. Existem atitudes “estranhas”, feitas para confundir a cabeça do povo de Deus e até de nosso presidente, que pouco antes de ouvir a pregação daquela mulher, comete sua gafe chamando os dontes mentais de… loucos:

” …porque a dura realidade é que todos nós temos um pouco de louco dentro de nós. Todos nós. Quem não acreditar, é só fazer uma retrospectiva do seu comportamento pessoal nos últimos dez anos, que vai ver como já viveu esse momento.” (clique aqui e leia a integra do discurso de Lula no site da Folha de São Paulo).

A Criação

por Luiz Henrique Matos

Desde criança aprendemos na escola os princípios científicos para a explicação do surgimento do mundo. O Big Bang, a Evolução, a pré-história, teorias que a cada dia têm sido reorganizadas pela ciência, que tenta encontrar formas para explicar o que foi o “princípio”.

Nessa mesma linha nós, homens, em nossa razão e tentativa exacerbada de compreender o imcompreensível, crescemos buscando de todo jeito uma justificatíva inteligível para a origem da espécie que não seja pela história de Gênesis. A grosso modo, nos parece difícil demais o ato simples de fechar os olhos e acreditar, ter fé no que nos diz a Bíblia e crer na palavra de nosso Senhor. Preferimos em grande parte, dedicar nosso tempo procurando o motivo da existência humana na ciência.

Na verdade, até hoje os cientistas não souberam afirmar de forma concreta de onde nos originamos, existem estudos dentro da ciência, os chamados “complexos”, que apesar das inúmeras teorias a respeito, não são válidos integralmente e ainda não são compreensíveis e comprováveis. O que é difícil admitir no campo científico é que talvez nunca sejam.

Bom, alguém deve estar se perguntando se estou em crise de personalidade e questionando minha fé. Nada disso, esse é um blog com príncipios e propósitos cristãos e de forma alguma existe outro tipo de versão de nossa história que não a contada pelo nosso próprio Criador. Mas esse é um espaço dedicado a um melhor entendimento da Bíblia e edificação de nossa fé e muitas vezes para fazê-lo é necessário expor algumas teorias que nos cercam, mesmo que não sejam cristãs.

O fato é que hoje eu estava lendo a coluna do jornalista Hélio Schwartsman na Folha Online publicada no último dia 22, chamada “Bactérias e Homens”. Ele relata sobre os avanços da ciência na comprovação da Teoria da Evolução de Darwin e nas descobertas comprobatórias das chamadas “falhas” que havia nessa teoria. O tal avanço é que alguns cientistas fizeram estudos com organismos criados em computador e a partir de algumas simulações descobriram a forma como eles evoluem através de mutações (você vai entender melhor lendo o próprio artigo). Schwartsman não acredita na criação como nós sabemos que ela se deu. Ele se baseia em uma ótica científica e racional para afirmar suas teorias. Mas o ponto de discussão aqui não é sua opinião e sim assunto que ele expõe.

Existe desde muito tempo um antagonismo muito claro entre a ciência representada pela teoria de Darwin e a igreja, fundamentada sobre a afirmação biblica (assim, somos chamados pelos cientistas de criacionistas). Mas o que o jornalista critica não é o “criacionismo” em si, mas uma linha de pensamento denominada neocriacionista, que defende um raciocínio entitulado Design Inteligente (também citado em artigo anterior do mesmo colunista, leia aqui), pelo qual o mundo foi concebido por Deus, mas não descartam as afirmações científicas como a complexidade da formação animal, a “idade” do planeta (que teria 4,6 bilhões de anos) e a formação biológica. Em resumo, uma mistura entre Darwin e a Genêsis.

Pessoalmente (se isso interessa), concordo apenas com uma afirmação de Schwartsman a respeito do Design Inteligente em que diz: “A fé se fundamenta no milagre, e todo milagre implica a negação de leis naturais. Quando entra o milagre, sai a ciência.” E mais adiante: “Quando Deus quer, as leis da natureza deixam de valer.” – essas declarações estão em um outro artigo, chamado “Por trás das aparências”). Concordo não por simples e pura opinião, mas parto do que diz a Bíblia em diversas passagens quando nesta lemos que Deus nos criou e nos formou e que não temos controle sobre nossa sorte (veja o Salmo 139 por exemplo).

Mas creio também que não seria correto apresentar uma única idéia ou teoria (apesar de a Bíblia nos bastar como conclusão). O colunista cristão Arno Frose, em seu artigo “Cientistas continuam a crer em um Deus criador” para o site cristão Aleluia usa a passagem de Romanos 1.19 e 20 para mostrar que não é errado o homem tentar compreender que Deus fez os céus e a terra. Veja os versículos: “porquanto o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das cousas que foram criadas. Tais homens são por isso indesculpáveis”.

A partir da visão de Frose, não há problema em explicar as descobertas científicas como sendo a manifestação do poder de Deus. Mas particularmente imagino esses estudos não devem ser nossa base, ou seja, se colocamos alguma comprovação racional como condição de nossa crença, estamos também colocando um “elo” mundano na nossa relação com Deus, e isso é errado.

Num terceiro ponto, paralelo ao que relata Schwartsman, também surgem a cada dia, descobertas arqueológicas riquíssimas comprovando as histórias e acontecimentos bíblicos (como os pergaminhos datados do ínicio do primeiro milênio, os tijolos do castelo de Nabucodonosor recentemente encontrados por um brasileiro ou a arca com o ossuário de um homem, que supostamente seria Tiago achada no ano passado). Mas me preocupa saber que nos apegamos mais a essas provas do que à razão de nossa existência, que é o poder de nosso Senhor.

Não é em nenhum dos pontos apresentados nos artigos que quero me fundamentar. Gostaria que nossa crença fosse independente de comprovações ou testificações humanas. Em Hebreus 11.3 lemos que “Pela fé entendemos que os mundos pela palavra de Deus foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente.” Veja bem, pelo invisível fez-se o visível e não o contrário. Entendamos que, de uma vez por todas, não é pelo nosso ponto de vista humano, carnal e racional que poderemos enxergar as coisas, mas ao contrário disso, só poderemos ver e viver a verdade quando nos abstivermos dessa falsa realidade e nos entregarmos em confiança aos planos e propósitos de Deus, que como já foi dito por Jó (Jó 5.9) são “inescrutáveis e maravilhosos”.

Tenhamos como princípio, sempre, a fé em nosso Senhor, somente isso. As explicações, contradições e entendimentos mundanos ou espirituais são meramente tentativas nossas, humanas, para colocar Deus dentro de uma redoma e interpretar suas intenções. E isso, de forma alguma vai nos tornar mais intimos de nosso Pai celestial, pelo contrário. Para tanto, nos basta oração, leitura da Bíblia e comunhão com nossos irmãos. Você quer arriscar?

O perdão

por Luiz Henrique Matos

“Porque se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; Se porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas.” (Mateus 6.14 e 15).

Lembremos por um instante da “famosa” oração do Pai Nosso (Mateus 6.9 a 13), um pouquinho antes dessa passagem aí acima, especifícamente do versículo 12 que diz: “e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores.”

Repare que o pedido de perdão ao Senhor está primeiramente condicionado a nossa decisão de perdoar a quem nos ofendeu. “Perdoa-nos”, que é dito a Deus, é um pedido, mas a declaração “temos perdoado”, referindo-se aos nossos devedores, é uma ação passada, já realizada.

Oro para que você tenha graça, paz e abundância do amor de Jesus em sua vida.

Conjugando a guerra

por Luiz Henrique Matos

Eu sei que tudo já “acabou” e pra falar a verdade, eu nem queria ficar enchendo a paciência (minha e dos outros) com esse assunto. Mas tem sempre aquele sininho que fica martelando: “escreve, escreve, escreve”, então num ímpeto de protesto, aí vai uma compilação de fatos, somente fatos, sobre a guerra.

Pretérito

Depois de acabar com a ditadura de Sadam Hussein e dominar o país, os Estados Unidos suspenderam seus embargos ao Iraque e apresentaram uma resolução à ONU para suspender também as sanções impostas durante a guerra do Golfo (início da década de 90) e permitir a retomada das exportações de petróleo. O curioso é que essa “bondade” norte-americana surge no momento em que os próprios Estados Unidos controlam a política iraquiana e coordenam a escolha da nova liderança do país.

A coalisão montada por Bush e pelo premiê inglês Tony Blair “libertou e salvou” o Iraque das mãos do maquiavélico Sadam Hussein e venceu o terrorismo das tais armas de destruição que se instalava a quase três décadas naquele país. Em outro ponto do globo, o insano ditador da Coréia do Norte Pyongyang (país rotulado por Bush como um dos participantes do “eixo do mal” junto com o Irã e o próprio Iraque), rompeu com o tratado de não produção de armas nucleares, ameaçou atacar a China, a costa leste dos Estados Unidos, a Coréia do Sul e o Japão com as tais armas e disse que não vai retroceder em suas decisões. O governo norte-americano respondeu que podem resolver a questão norte-coreana de forma diplomática.

O governo norte-americano diversas vezes declarou que apesar de George W. Bush (presidente), Dick Cheney (vice-presidente) e Condoleeza Rice (secretária nacional de segurança) serem antigos profissionais de alto escalão na indústria petrolífera dos Estados Unidos, a guerra, em nenhum momento, tem ou teve interesse no petróleo iraquiano (que por acaso é o segundo maior produtor mundial dessa matéria). Agora, no pós-guerra, a empresa da qual Dick Cheney foi executivo antes de assumir seu atual cargo no governo, será uma das responsáveis pela reconstrução do Iraque, cuidando do controle/administração do, adivinha, petróleo.

Presente

Hoje (08/05/2003), a agência de notícias Reuters divulgou que um parlamentar norueguês apresentou os nomes de George Bush e Tony Blair para o Prêmio Nobel da Paz, elogiando-os por terem vencido a guera no Iraque (bem, nesse parágrafo qualquer comentário é dispensável, exceto pela incompatibilidade encontrada entre as palavras “guerra” e “paz’).

O metodista George Bush usou, dentre outras coisas, o cristianismo e a religião para justificar o ataque e declarar a guerra do “bem” contra o “mal”. O bem, nesse caso, são os Estados Unidos e seus aliados, nação cristã e moralista. O mal, é o Iraque, país de esmagadora maioria islâmica e que vive uma bagunça de tribos e ramificações muçulmanas.

Uma curiosidade nesse ponto é que são justamente os muçulmanos fundamentalistas que pregam, aceitam e defendem a Jihad (guerra santa) e declaram que os mártires desses ataques serão recompensados por Alá. E justamente numa contrapartida, é no cristianismo que encontramos os dez mandamentos dados por Deus a Moisés no Antigo Testamento, que foram (perfeitamente) resumidos por Jesus no Novo Testamento em apenas dois, sendo o segundo deles: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (livro de Mateus, capítulo 22, versículo 39).

Futuro

A presença de Deus

por Luiz Henrique Matos

Tem um fato que frequentemente me faz parar para pensar (na verdade não é só um, são até muitos, mas é que hoje eu queria falar sobre esse, entende?). Trata-se do capítulo 14 no livro de João, que relata a situação em que Jesus, mais uma vez, diz que seu tempo está acabando, que Ele vai para junto do Pai, que já já o Juizão apita o fim do jogo. E ainda assim os discípulos não entendem e questionam sobre o Pai de quem Jesus tanto fala e com toda paciência do mundo (e do Espírito também), Jesus responde: “…Quem me vê a mim vê o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai?” (João 14.9).

Jesus está tentanto mostrar que Ele precisa realmente ir, que a profecia precisa ser cumprida e que finalmente, a libertação do povo só virá, se Ele morrer. Mas a turma não entende, choraminga, coça a cabeça, é difícil.

E em seguida Ele continua explicando sobre a sua ida, mas tem algo específico nesse texto que mostra um dos maravilhosos presentes – como sempre – imerecidos que Deus nos deu como consequência da morte de Seu Filho. Veja só:

“Se me amais, guardareis os meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não no vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós.” (João 14.15:17).

Jesus nos diz que o terceiro “elemento” da trindade divina, o Espírito de Deus, habita e está nos que creem. Isso significa, por exemplo, que assim como temos uma sombra, temos Deus ao nosso lado, ou melhor, em nós o tempo todo (ai ai ai, péssima comparação).

Agora, pensando e falando de forma franca: qual é o nosso hábito de oração? Oramos um pouquinho pela manhã e outro tanto antes de dormir? Nos dirigimos a Deus como se precisássemos invocar algo longe, distante, que demora alguns segundos para chegar e ouvir o nosso “desabafo” diário, nossas lamentações, alguma adoração e vá lá um agradecimento-padrão, que mais parece um memorando.

Deus não é um entregador de pizza, pedido de oração não vem por “delivery”. Deus é algo presente em nossas vidas, Ele está em nós. Nossa conversa com o Senhor deve ser algo intimo e constante, em todo tempo, em comunhão.

(Ah sim, só uma pausa para uma pequena observação. No dicionário Michaelis, a palavra “comunhão” está diretamente ligada a uma outra, “comungar”, que tem como um de seus significados: Ter entrada ou parte em; participar).

Por favor, não me entenda mal. É importante sim, nos prostarmos em silêncio, em nosso quarto, com nosso Deus. Isso deve vir como um derramamento, uma humilhação diante dEste que tanto fez por nossas vidas. Nessa hora, temos um “tempo” só nosso para o amado Pai, nosso descanso, nossa adoração a Ele. A Bíblia fala bem sobre isso. O que quero dizer, é que precisamos pensar mais em Deus, estar mais com Ele, compartilhar nossas dúvidas, pensamentos, desejos, anseios, alegrias, frustrações, louvores, ou seja, tudinho, podemos e devemos colocar diante dEle a qualquer hora, em qualquer momento. Deus nos ouve, nos vê e acompanha em todo o tempo (veja Provérbios 5.21 – o versículo de ontem).

Fique com Deus, literalmente.

A genialidade da loucura

por Luiz Henrique Matos

Dois cientistas das universidades de Oxford e Cambridge estão sugerindo que Albert Einstein e Isaac Newton sofriam da síndrome de Asperger, uma espécie de autismo que gera interesses obsessivos e causa deficiências em habilidades sociais e de comunicação. Apesar de ser impossível fazer um diagnóstico em pessoas mortas, os cientistas estudaram a personalidade de ambos e alegam que possuiam personalidades características desse tipo de deficiência.

Poderíamos perder algumas linhas abusando do discurso botequeiro de “porque esses caras perdem tempo fazendo pesquisa inútil quando o mundo está em guerra?” mas para confessar a fraqueza, digo que li essa notícia pela manhã e incomodado, resolvi escrever a respeito. Só não sei bem certo o que.

Mas de que importa afinal? Da mesma forma ninguém sabe se Einstein ou Newton realmente eram autistas. E se fossem de fato, talvez nem eles mesmos soubessem. Mas a vida é assim, aqui estão os “loucos”, que vieram para confundir os “sábios”.

A loucura, a demência, a busca de nós, “homens normais” em encontrar fraquezas nos “gênios” e mostrar de alguma forma, seus desméritos, suas desvantagens. Identificar afinal, alguma razão para suas conquistas. Para nós, os não-autistas, sempre deve haver uma explicação racional para as coisas, um motivo claro e mapeado para tudo o que não é comum, vago, inexplicável.

De que vale a busca pelo autismo de Einstein ou de Newton se aá tanta gente “normal” nesse mundo, saudável e de consciencia sã fazendo burrada por aí. Ah, se tivessemos pelo menos um tanto desses outros autistas na administração pública.

Os judeus crucificaram a Cristo porque não puderam crer que aquele homem, comum, pobre e feio pudesse ser o Deus ressurreto, o messias profetizado nas Escrituras. Não tiveram fé para crer na verdade e foram cegos a ponto de não ver Deus em sua plenitude… e carne.

Quem sabe não nos falta um pouco de “autismo” para ver o invisível e para pensar em coisas ainda não explicadas, como o fizeram com a Gravidade (de Newton) ou a Relatividade (de Einstein).

O próprio Einstein certa feita, declarou que a medida que lia e estudava, ele acreditava ainda mais na existência de Deus. Talvez porque Ele (Deus), por misericórdia e graça permitiu a um autista deficiente comprender um pouquinho da Sua “fórmula” e genialidade.

A tristeza de Deus

por Luiz Henrique Matos

“Jesus chorou.” (João 11.35).

Nessa passagem acompanhamos a ida de Jesus até Betânia para visitar seu amigo Lázaro, que havia morrido. O curioso é que Jesus já sabia que ele estava morto (conforme afirma a seus discípulos no versículo 14) mas chora ao presenciar aquela cena.

Jesus entristeceu-se proque viu seu amigo morto. O Deus que se fez homem, não aguentou ver seu filho naquela situação. Sendo Deus, Ele sabia que tinha poder para ressucitá-lo e de fato o fez, mas ainda assim chorou.

“Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.” (João 14.6). Ele é o criador e dono de nossas vidas, Ele é a própria vida e ainda assim chora ao ver seu filho morrendo. Nessa situação, concluímos que se perdemos a vida, perdemos a Deus, uma vez que os filhos de Deus não morrem, mas têm nEle, a vida eterna.

No caso de Lázaro especificamente, Jesus diz: “Esta enfermidade não é para a morte, mas para glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por ela.” (João 11.4) mas, para nosso estudo, vemos outras passagens na Bíblia em que o Pai nos fala que o caminho da morte é o pecado e o pai do pecado é o diabo. Portanto, cada vez que pecamos ou nos afastamos de Deus, corremos para a morte. E cada passo para longe do Senhor, é um passo em direção ao sepulcro.

Deus se entristece quando vê seu filho seguir o caminho errado. Jesus chorou, que pai não choraria?

O reconhecimento do pecado e o arrependimento que devemos ter diariamente não é para a “limpeza de consciência” ou para “escapar de algum perigo”. Devemos nos arrepender conscientes e quebrantados diante de Deus, entendendo que entristecemos nosso Pai e precisamos do perdão para continuar no Seu caminho e então, no dia preparado, estar ao lado dEle

“Vigiai pois, porque não sabeis nem o dia nem a hora.” (Mateus 25.11).

Ele nunca deixará de nos amar. Ele sempre nos perdoa. Fale com Deus.

Do suor do teu rosto, comerás o teu pão

por Luiz Henrique Matos

Antes de começar, gostaria de refletir sobre algumas perguntas: O que você pensa sobre o seu trabalho? Está satisfeito? Gosta do que faz? É a profissão com a qual sempre sonhou?

Pois bem, agora sim vamos consultar o “manual” e checar como isso se dá em alguns fatos bíblicos…

“Em todo trabalho há proveito, mas ficar só em palavras leva à pobreza. Não há nada melhor para o homem do que comer e beber, e fazer com que sua alma goze do bem do seu trabalho. Também vi que isto vem da mão de Deus.” (Eclesiastes 2.23-24).

A Bíblia relata que não existe trabalho indigno, por mais que muitas vezes nos sintamos desmotivados e até mesmo envergonhados de nossas atividades, temos sempre que lembrar e agradecer, pela nossa “colheita”, que é a providência de Deus para nossos lares.

Isso não deve ser uma palavra de desânimo para os jovens que almejam mudar para uma determinada profissão, muito pelo contrário, se temos o sonho de trabalhar em determinado ramo, devemos nos esforçar para isso, foi Deus quem nos deu. Se temos algum dom ou vocação específicos (como música ou arte, por exemplo), é mandamento que usemos isso para o Senhor. Em sua carta aos Romanos Paulo diz: “Porque dEle, e por Ele, e para Ele, são todas as coisas; glória, pois, a Ele eternamente. Amém”.

“Então sai o homem à sua obra e ao seu trabalho, até à tarde” (Salmos 104.23). “Pois comerás do trabalho das tuas mãos; feliz serás, e te irá bem.” (Salmos 128.2).

Devemos aprender a reconhecer a dignidade de nosso trabalho, seja ele qual for. Jovens ou idosos, temos o mau hábito de minimizar nossas funções. Seja como vendedor, lixeiro, policial, doméstica, professor, etc… Julgamos que boas profissões são difíceis e raras, por isso “pagam bem”.

Ledo engano, quando aprendermos e reconhecermos a importância e dignidade de nosso e de todo e qualquer trabalho, vamos por conseguinte, aprender a dar valor para nossos irmãos. E então, só então, veremos o povo trabalhador sendo pago como, de fato, merece. Sem mão de obra escrava (como acontece no Nordeste), sem exploração infantil (em todo canto de noss país), má distribuição de renda e claro, desemprego.

Isso não é uma utopia, (mais uma vez) na contra-mão disso, é um chamado a inquietude diante da inércia de nossa sociedade. A mudança está dentro de nós. Precisamos aprender a agradecer pelo que temos recebido de nosso Pai e entender que não somos menores (ou maiores) pelo simples fato de exercer uma atividade “privilegiada” (?). Isso sim, é ostentação, e vaidade.

“E também que todo o homem coma e beba, e goze do bem de todo o seu trabalho; isto é um dom de Deus.” (Eclesiastes 3.13).

Contestação ou aceitação?

por Luiz Henrique Matos

Qual deve ser nossa postura diante dos ensinamentos da Palavra? Vamos em todo tempo adotar uma postura de contestação ou de aceitação? Vamos ser rebeldes ou obedientes? Assumir uma posição de entrega ou um espírito crítico ao mover do Espírito Santo em nosso meio?

Deus quer falar com você, mas da mesma forma também tem uma conversa com nossos outros irmãos. E por acaso algum pai se dirige a todos os seus filhos da mesma forma? Ele não conversa com cada um de acordo com sua personalidade e comportamentos?

Pois de igual maneira, o Pai que nos criou e conhece os nossos pensamentos, tem para cada um de nós uma palavra, um mover, um carinho. Tudo isso, infinito, mas nos concedido conforme os frutos de nossos atos (obediência ao dois mandamentos de Jesus), a busca pelo entendimento (estudo da Bíblia), a noss intimidade com Ele (na oração) e a medida de nossa entrega e confiança (fé).

Senta que lá vem história

por Luiz Henrique Matos

Estão compilados nesse post os textos escritos antes de o blog entrar no ar.

Levante-se, você está curado!

“Em Listra estava sentado um homem aleijado dos pés, coxo de nascença e que nunca tinha andado. Este ouvia falar Paulo, que, fitando nele os olhos e vendo que tinha fé para ser curado, disse em alta voz: Levanta-te direito sobre os teus pés. E ele saltou, e andava.” (Atos 14.18-10).

A afirmação dessa mensagem é que a cura de uma enfermidade (fisica ou espiritual) nos é dada por Deus como fruto de algo que anteriormente semeamos. Neste caso, semeamos a fé, praticando e crendo no poder de Deus e a partir daí, colhemos as bençãos. Vemos na Bíblia, diversas ocasiões onde isso está ilustrado.

Em uma determinada situação, enquanto caminhava em meio a multidão, Jesus, sentiu que saíra poder de si, virou-se para trás e falou à mulher que lhe tocou: “Filha, tua fé te salvou; vai-te em paz.” (Lucas 8.48). Ela sofria de uma hemorragia havia doze anos e acreditou que se conseguisse ao menos encostar nas vestes do Senhor seria curada. Colheu seu fruto.

Um homem, descrito como Oficial do Rei, foi até Jesus pedir por seu filho que estava para morrer. A Bíblia é clara nessa passagem: “Vai, disse-lhe Jesus; teu filho vive. O homem creu na palavra de Jesus e partiu.” (João 4.50). Ele também colheu seu fruto.

Nas duas ocasiões vemos que o poder de Deus foi liberado, aquelas vidas foram restauradas milagrosamente. Mas antes que houvesse a cura, foi necessária a fé de cada um. A mulher creu que se conseguisse tocar a orla de Seu manto seria curada. O homem simplesmente acreditou na palavra de Jesus e seu filho sarou.

Portanto, tome posse da benção, creia na vitória e tenha em seu coração a certeza de que Deus tem poder para operar em sua vida e na de quem tem precisado de sua oração. Tanto poder e tamanha grandeza que o simples tocar na orla de seu manto já nos cura por completo.

“Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê e mim fará também as obras que eu faço e outras maiores fará, porque eu vou para junto do Pai. E tudo quanto pedirdes em meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho.” (João 14.11-13).

Glórias ao Senhor, aleluia!

Levar a Palavra, um mandamento

“E disse-lhes: Ide por todo o mundo, e pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado.” (Marcos 16.15-16).

Às vezes passamos anos dentro da igreja, fazendo parte da comunidade, comparecendo aos cultos e, acomodados na posição de espectadores, ouvimos as pregações, entoamos o louvor e dizemos “amém” às orações coletivas. Aguardamos o “chamado de Deus”, esperamos pela mensagem do Senhor que nos dará um ministério e nos dirá como e o quê fazer.

De fato, existem dons que Deus deposita em nossas vidas, com o único propósito de serem usados para Sua honra e glória. Mas não podemos rejeitar o mandamento de Jesus para que sejamos disseminadores do plano de salvação e participantes do corpo de Cristo. Levar o evangelho não é um ministério exclusivo de pastores, missionários e evangelistas, mas comprovadamente (como se vê no trecho acima) uma ordem de Jesus a todos os que o seguem.

Sabemos que a palavra de Deus não volta vazia, que o Espirito Santo se encarrega de tocar e semear aquela mensagem no coração de quem a ouve, fazendo com que essa semente não pereça, mas ao contrário disso, fique guardada, esperando um pouco d’água para germinar e crescer como uma árvore e daí em diante gerar frutos…

Além disso, sabemos também que não é de nós que vem a palavra. Quando nos posicionamos diante de Deus e reforçamos nossa intenção de levar adiante a mensagem sagrada e ver a transformação que Ele causou em nossa vida acontecer na de pessoas que amamos, nessas horas, nos conforta saber que o Pai se encarrega de trabalhar por nós. Não somos os responsáveis pela salvação de alguém, somos apenas canais usados como benção na vida de outros.

“Mas agora, ó Senhor, tu és nosso Pai; nós somos o barro, e tu o nosso oleiro; e todos nós obra das tuas mãos.” (Isaías 64.8).

É comum questionarmos os metódos de Deus. Porque as pessoas são tão agressivas? Porque reagem de forma tão rude quando só queremos ajudá-las? Porque o simples pronunciar de expressões como Salvação, Jesus, a volta de Cristo, arrependimento, benção, cura e todas essas coisas, não os tocam como tocam a nós? Em algumas horas gostaríamos que passagens como a de Apocalipse 3.20 (“Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo”) fossem apagadas e que Jesus arrombasse algumas portas e mostrasse a esses ‘teimosos’ o quanto estão cegos.

Mas o nosso Deus é um Deus de amor. Cabe a nós o posicionamento de guerreiros dos céus e pedir a vestimenta para essa batalha (você achou que ia ser fácil?).

De um lado está o inimigo, o ladrão, que lutará com todas as forças para impedir que ganhemos um novo irmão para nossa família. Lembre-se que o maior desafio dessa “briga” é que em um processo de conversão estamos lutando para convencer uma pessoa de que ela está errada, agindo de uma forma que não é boa para a vida dela. Mas ela está feliz com aquilo, tem a imposição maligna sobre sua vida e recebe apoio de todo o mundo para continuar fazendo isso (afinal, a televisão, o rádio, a música, todos agem da mesma forma).

Daí a importância de levarmos uma vida em santidade, com oração e estudo para levar a Palavra da forma correta e sem sofrer com as acusações que satanás tenta apontar. Essa é a armadura!

O outro lado, foge ao campo diabólico e entra no processo de crescimento de nossa espiritualidade. Deus nos coloca diante de situações e provas para ajudar em nosso crescimento. Faz parte da “formação” do nosso Rei para seus guerreiros, permitir alguns desafios, para que possamos aprender coisas novas. Aproveitar a vida de um (futuro) irmão, teimoso, para abençoar a nossa, nos trazendo mais conhecimento, dando mais repertório para uma nova conversa e até experiência nesse novo campo. Deus é conosco!

“E sabemos que todas as coisas colaboram para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.” (Romanos 8.28).

Muitas vezes preciso falar com alguma pessoa sobre qualquer tipo de assunto e me sinto incomodado pelo Espirito Santo a falar de Jesus àquela vida. Tento de toda forma me convencer de que não é um momento propício, mas Deus conduz a conversa para cair justamente em assuntos ligados à espiritualidade, religião, igreja ou algumas vezes, diretamente sobre alguma enfermidade ou sofrimento pessoal. Reconheço que não sou um conhecedor da Bíblia e sei que estou longe de sê-lo, mas é engraçado como no momento certo, os versículos “brotam” de minha boca e naquele momento tenho a plena convicção de que não sou eu quem estou falando aquilo (eu sei que isso não acontece só comigo…).

Ah mas o Pai nos abençoa, Ele nos capacita e nos unge para essa batalha. Aceitar desafios feitos por Deus é um ato de fé, é seguir a afirmação de Tiago 2.26 que nos diz: “Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta”. E para não deixar mais dúvidas, a palavra Obra no dicionário Aurélio quer dizer: “Efeito do trabalho ou da ação; Ação, efeito.”

Ter fé é acreditar sem ver e o que Deus nos diz é que não há como simplesmente acreditar com o coração e não tomar alguma atitude diante disso. Seria como acreditar na ressureição de Jesus Cristo, sem reconhecê-lo como Salvador.

“Respondeu-lhe Jesus: Não te disse que, se creres, verás a glória de Deus?” (João 11.40).

Abraão saiu da terra onde vivia para morar em um lugar afastado. Abraão acreditou que teria um filho depois dos 70 anos com sua mulher que era estéril. Abraão levou Isaque, seu filho, ao alto do monte para sacrificá-lo por amor a Deus. Abraão creu e viu o poder de Deus.

“E estes sinais acompanharão aos que crerem: em meu nome expulsarão demônios; falarão novas línguas; pegarão em serpentes; e se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e estes serão curados. Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu, e assentou-se à direita de Deus. Eles, pois, saindo, pregaram por toda parte, cooperando com eles o Senhor, e confirmando a palavra com os sinais que os acompanhavam.” (Marcos 16.17-20)

A mensagem portanto é: CREIA. Creia que Deus vai agir através da sua vida, creia que Ele tudo pode, tudo faz e é contigo. Cumpra seu papel, leve a palavra de Deus, entregue-se, permita que Deus opere através de você e que o Espírito Santo conduza sua vida.

Não seja um filho rebelde, ao contrário disso, seja obediente a seu Pai, faça exatamente como Ele lhe tem ensinado (lendo a Bíblia), diga a Ele tudo o que tem dado certo e o que tem sido difícil nessa jornada (orando), conviva em paz e alegria com seus irmãos (indo à igreja) e seja um filho disposto a resgatar aqueles outros irmãos, os que estão perdidos (evangelizando).

Maravilhosa soberania

“Estas cousas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo.” (João 16.33).

As lutas nos acometem em alguns dias. Em questão de minutos vemos cair por terra todo sonho e expectativa que nutríamos sobre determinada coisa. Vemos nosso mundo desabar e como Jó, questionamos o Senhor. Não entendemos o motivo, queremos saber o porquê, tentamos entender as “razões” de Deus.

“Por conseguinte, a lei é santa; e o mandamento, santo, e justo, e bom.” (Romanos 7.12).

E dá-lhe Paulo!

“Porque bem sabemos que a lei é espiritual; eu, todavia, sou carnal, vendido à escravidão do pecado. Porque nem mesmo compreendo o meu próprio modo de agir, pois não faço o que prefiro e sim o que detesto. Ora, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa.” (Romanos 7.14-16).

O que podemos nós fazer? De que controle nos sentimos capazes? Precisamos mesmo achar que temos alguma força de reclamar ou agir diante de qualquer situação? Só Deus nos capacita, só Ele tem poder, só Ele opera.

Cansamos de aprender os três atributos de Deus: Onisciência (Ele tudo sabe), Onipresença (Ele está em todo lugar) e Onipotência (Ele tudo pode). Se cremos em Deus, cremos no seu poder e se cremos nesse poder, precisamos reconhecer a sua soberania. Não pode Deus ser soberano em nossas vidas se insistimos em questioná-lo, em criar algum “porém”. Volte e meia nos surpreendemos em dúvidas e contradições sobre fatos, sobre o operar de Deus.

De onde vem e para quem vai a sua entrega? Atire-se, corra, refugie-se no colo, na presença, sob as asas de Deus. Isso é fé! Declare ao Senhor: “Estou aqui meu Deus! Faça como quiser!” Pois saiba que sobre a Rocha, nada se abala.

“Ora, a fé é a certeza das cousas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem. Pois, pela fé, os antigos obtiveram bom testemunho. Pela fé, entendemos que foi o universo formado pela palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir das cousas que não aparecem.” (Hebreus 11.1-3).

No livro de Hebreus, quase todo capítulo 11 é dedicado a mostrar e a descrever a fé e seus atributos. São citados exemplos de fé, extraídos do Antigo Testamento, a história de Abel, de Noé, de Abraão, de Isaque, de Jacó, de Moisés e daí em diante.

Ora, se Deus é o mesmo hoje e sempre, se o nosso Deus é o Deus que criou a terra, o céu e o mar, o Deus que se alegrou com Abel (Gênesis 4.4), que abençoou a Noé (Gênesis 6.18), que profetizou sobre a descendência de Abraão (Gênesis 12.1-2). O nosso Deus é o mesmo desde sempre e devemos crer que Ele faz todas essas obras ainda hoje em nossas vidas!

Dedicamo-nos a estudar e louvar a tudo o que Deus já fez e nos esquecemos de buscar ao que Deus está fazendo. Precisamos clamar pelo mover, pela presença, pela vontade de Deus, porque sabemos que Ele é o Senhor dos exércitos e opera em nosso meio.

Vamos buscar ao Deus vivo, ao Deus do presente ao Deus que nos salva e livra a cada dia. Vamos sentir o Espírito Santo, que nos acompanha em todo momento (João 14.16), vamos conversar com Ele.

Se sabemos que o Espírito de Deus nos acompanha em cada um dos nossos passos, porque vamos dedicar apenas alguns minutos de oração ao dia? Deus aí, do seu lado, com você, fale com Ele, louve, dê GLÓRIA A DEUS em todo o tempo!

“Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo oportuno, vos exalte.” (1 Pedro 5.6).

Esperar… mas quanto tempo?! Esperar… mas eu preciso agora! Deus nos fala para esperar, esperar por Cairós, o tempo do Senhor, o tempo onde Ele operará com perfeição, sabedoria, amor e nós, só então veremos e, mais uma vez, entenderemos o motivo de tudo isso.

“Há, todavia, uma coisa, amados, que não deveis esquecer: que, para o Senhor, um dia é como mil anos, e mil anos, como um dia. Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, se não que todos cheguem ao arrependimento.” (2 Pedro 3.8-9).

Lembre-se, nenhuma luta, nenhuma dor, nenhuma maldição, tem sequer tamanho diante da imensa glória do Senhor! Ele é o nosso pai, que nos tirou da lama, que nos perdoou, que nos fez novos homens e novas mulheres e que diariamente, nos dá o privilégio da vida e de sua graça.

Que nossas vidas sejam reflexo da obra do Pai. Que tenhamos uma vida “em nome de Jesus”. Que no nome de Jesus possamos trabalhar, no nome de Jesus possamos estudar, nos alimentar, falar, orar (e vez por outra, até escrever para os irmãos). Nada do que fazemos no mundo tem efeito, se não for para honra e glória do Senhor. Antes, devemos ter uma atitude de fé e perseverança, lutando e vigiando contra as ciladas do inimigo.

“Ora, a mensagem que, da parte dele, temos ouvido e vos anunciamos é esta: que Deus é luz, e não há nele treva nenhuma. Se dissermos que mantemos comunhão com ele e andarmos nas trevas, mentimos e não praticamos verdade.” (1 João 1.5-6).

Mas (glória a Deus), o texto continua:

“Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado.” (1 João 1.7).

Apartemo-nos do mal e deixemos que o Senhor opere em nossas vidas. O “mal” aqui citado não é apenas o mal das obras carnais e mundanas, os pecados escandalosos que repudiamos e evitamos. O “mal” dessa ocasião também é o espírito morno, a “fé” desconfiada, a dureza de coração, a teimosia e insistência em querer dizer a Deus qual deveria ser a Sua vontade.

Afinal, seria um esforço tolo. No fim das contas, Ele cumprirá a Sua vontade e não aceitar isso é meio caminho andado para um sofrimento desnecessário.

Vamos exercer a humildade, a perseverança, a obediência e fazer uma entrega verdadeira, reconhecendo a soberania do Senhor. Deixemos que Ele opere e sejamos firmes nos fundamentos e na busca pela Sua palavra e pelo Seu mover nos dias de hoje.

“Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém.” (Romanos 12.36).

Uma entrega verdadeira

“Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo; entrará, e sairá, e achará pastagem.” (João 10.9).

Quando me converti percebi que Deus me ama. Na verdade, sempre me amou e eu nunca vira, como se estivesse cego e repentinamente passasse a ver. Fui convertido, tocado e comovido pelo amor, pela palavra, pelo poder e pela misericórdia do nosso amado Pai.

Creio que quando nos convertemos não “aceitamos” a Jesus pura e simplesmente, como algo ao qual sempre tivemos pleno acesso e numa certa hora resolvemos fazer proveito. Quando abrimos nossos olhos e nascemos como novos homens e mulheres, nós tomamos plena consciência do amor e da misericórdia do Senhor para com nossas vidas. E choramos, choramos por ver o tempo que perdemos, o quanto desprezamos ao Pai, que nos soprou às narinas, nos deu a vida e esperou com paciência e compaixão por esse momento. Olhamos para nós mesmos e reconhecemos o quanto estávamos perdidos e envolvidos pelo pecado, o quanto estávamos sujos e machucados e o Pai nos perdoou, lavou e sarou nossas feridas.

“Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim e dos teus pecados não me lembro.” (Isaías 43.25).

O Senhor sempre nos amou, já pensou nisso? Se por um breve instante consultarmos nossa memória e nosso passado e analisarmos todas as situações que levaram até o momento da nossa conversão, teremos a inevitável reação de “Ah, e não é que é mesmo?”.

Tínhamos um encontro marcado com Deus, um compromisso do qual não poderíamos escapar. Por muitas vezes Ele correu adiante de nós, se colocou parado à nossa frente, de braços abertos, sorriso estampado em sua face gloriosa e dizendo: “Vem meu filho, vem! Corra para os meus braços! Quero te abraçar forte, quero te envolver e te proteger” E nós o ignoramos. Colocamos força em nossas pernas, demos valor aos nossos braços e nos apartamos do pai. Que decepção.

E num dia, do alto de sua glória, com todo seu amor e misericórdia, Ele nos olhou de forma especial, imagino que pensou: “Arrá, agora você não me escapa”. Tocou nosso coração com Seu poder e mandou que os anjos preparassem a festa, porque naquele dia, no livro da vida, estaria escrito o seu nome para nunca mais sair. Glória a Deus!

“Os teus olhos me viram a substância ainda informe, e no teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinando, quando nem um deles havia ainda.” (Salmo 139.16).

Ele nos conhece e sabe de todos os nossos passos. Estávamos abundantes na carne e o Senhor nos olhava. Fugíamos e apartávamo-nos da Palavra, gozávamos a falsa paz, o falso amor, a falsa alegria. Estávamos soltos à própria sorte e aos anseios do inimigo, mas o Senhor, ainda assim, nos olhou com amor e teve paciência. Nos ergueu da imundice do pecado, deu uma chacoalhada, bateu o pó, nos carregou no colo e nos conduziu no Seu caminho.

“Porque eu, o Senhor, teu Deus, te tomo pela tua mão direita e te digo: Não temas, que eu te ajudo.” (Isaías 41.13).

Entreguemo-nos irmãos ao plano do amor de Deus, o primeiro-amor que nos conquistou e nos converteu. Voltemos nossos corações ao Pai, entreguemos nossas vidas para que Ele faça a obra e entre com sua santa providência. Sejamos fiéis, assim como Ele tem sido, oremos com fé e creiamos que só o Senhor é capaz de nos conduzir. Pelos nossos próprios passos, tropeçaremos e não adianta insistir na queda. Devemos buscar a Deus, para que Ele nos erga e nos abrigue em sua rocha.

Mesmo cristãos, muitas vezes nos percebemos angustiados. Você pode estar se sentindo perdido dos caminhos que Deus preparou para sua vida e por vezes achando que já não há esperança para aquilo ao qual que você tanto tem orado. Mas saiba meu irmão, que o Pai se comove com suas lágrimas, na hora da tristeza e do desespero, saiba que Ele nunca esteve tão perto de você. Você é precioso demais para Deus. Ele sabe o que você está sentindo nesse momento, como você se sentiu há poucos minutos atrás e também já conhece, o dia de amanhã. E Ele se alegra em te abençoar, Deus diz “não temas”. Entregue em suas mãos o fardo que lhe pesa às costas e preocupe-se em buscar ao Senhor.

“Então, darei lábios puros aos povos, para que todos invoquem o nome do Senhor e o sirvam de comum acordo.” (Sofonias 3.9).

E como diz o profeta Ezequiel no capítulo 3 de seu livro: Bendita seja a Glória do Senhor!

* Sugiro aos irmãos que não se prendam à referência isolada dos versículos citados. Consultem em suas Bíblias a origem dessa passagem e leiam todo o capítulo, para que haja um entendimento completo da Palavra.

A quem você teme?

“No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor.” (I João 4.20).

Precisamos tomar cuidado com o propósito de nossas orações. Muitas vezes, estamos pedindo “o contrário”, correndo para o lado inverso do propósito de Deus para nossas vidas.

Muitos crentes temem mais ao inimigo do que a Deus. Seu clamor é muito maior para o “livre-me do mal, das dores, dos pesadelos, da injustiça” do que para o caminho da salvação. A nossa cura está no Senhor e se o buscarmos, o encontraremos – “Buscar-me-eis e me encontrareis quando me buscardes de todo o vosso coração” – no entanto, devemos abrir os nossos corações para a intimidade, para o Espírito Santo de Deus presente em nossas vidas em tempo integral, precisamos adorar e servir de maneira incessante. Para encontrar e estar na presença de Deus é necessário um clamor, uma entrega verdadeira de nossas vidas nos braços do Pai, que nos abençoará.

É preciso que estejamos consagrados. Nascer novamente em Deus, pertencer a Ele. Em I João, vemos no capítulo 5, versos 18 e 19: “Sabemos que todo aquele que é nascido em de Deus não vive em pecado; antes, Aquele que nasceu de Deus o guarda, e o Maligno não lhe toca. Sabemos que somos de Deus e que o mundo inteiro jaz no Maligno”.

Confiar. Acreditar que o Senhor proverá todas as nossas necessidades. “Pois disseste: O Senhor é o meu refúgio. Fizeste do Altíssimo a tua morada. Nenhum mal te sucederá, praga nenhuma chegará a tua tenda. Porque aos seus anjos dará ordens a teu respeito, para que te guardem em todos os teus caminhos. Eles te sustentarão nas suas mãos, para não tropeçares nalguma pedra. Pisarás o leão e a áspide, calcarás aos pés o leãozinho e a serpente. Porque a mim se apegou com amor, eu o livrarei” (Salmos, 91 – 9 a 14). Aleluia! Isso é promessa de Deus para nossas vidas. Precisamos ser verdadeiros em nossa adoração. Deus nos observa pelo íntimo, no oculto. Nos vê conforme o nosso coração e o nosso caminhar.

No Salmo 139, rei Davi clama a Deus: “Sonda-me, o Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno”. E Ele responde a esse clamor. Sua voz pode ser ouvida através do profeta, em Jeremias 17, quando declara: “Eu, o Senhor, esquadrinho o coração, eu provo os pensamentos; e isto para dar a cada um segundo o seu proceder, segundo o fruto das suas ações”.

Devemos nos preparar para receber as bençãos que pedimos a Deus, porque Ele as dá. Por amor e em cumprimento de nossos pedidos o Senhor nos lava, torce, espreme toda transgressão e edifica a Sua vontade. O poder Dele é infinitamente maior do que podemos imaginar e nos toca em proporções ilimitadas. E isso (o cumprimento da vontade de Deus) muitas vezes faz com que vejamos a “vida cômoda e tranqüila” que temos descer ralo abaixo e surgir a cada dia, um homem, uma mulher, edificados pelo Espírito Santo (II Pedro, 5.10 e 11)

Porém, Jesus nos alerta que não estamos livres da perseguição. O inimigo nos odeia mais e mais quanto maior é nossa fé e nossa servidão ao Senhor (veja João 15.20 a 27). A vida cristã é uma luta, o caminho é estreito. Buscar a salvação, nossa e de nossos irmãos, é uma guerra contra as trevas. Mas que fique bem claro que a quem tememos é exclusivamente ao Senhor. O papel das trevas nessa história é tremer, tremer quando declaramos em alta voz que somos filhos de Deus, salvos pelo sangue de Jesus.

Como vemos o povo de Deus?

“Respondeu ela: Ninguém, Senhor! Então lhe disse Jesus: Nem eu tampouco te condeno; vai e não peques mais.” (João 8 – 11).

Em quantos momentos não nos surpreendemos condenando nossos irmãos? Ou melhor, nós não nos surpreendemos. Crentes, cientes, cristãos, mas presos à nossa ótica humana e critica, que nos faz sentir confortáveis e donos de um juízo que, não conhecemos, mas fazemos questão de exercer. Criticamos nossos amigos, nossos familiares, o pastor, os irmãos, somos detalhistas em reparar cada ponto de falha e pecado… e não olhamos para nossos próprios atos.

“Irmãos, não faleis mal uns dos outros. Aquele que fala mal do irmão ou julga a seu irmão fala mal da lei e julga a lei; ora, se julgas a lei, não és observador da lei, mas juiz. Um só é Legislador e Juiz, aquele que pode salvar e fazer perecer; tu, porém, que és, que julgas o próximo?” (Tiago 3 – 11 e 12).

E quando de noite oramos, pedimos a Deus que nos perdoe, que não venha com sua ira sobre nós e que nos restaure com seu amor. Clamamos a Deus que esqueça nossos erros, que livre nosso mal, que corrija nossos passos, limpe o nosso erro e principalmente, ficamos desejosos de que o Pai não nos castigue.

Se Jesus em um ato simples e sereno, não julgou a mulher adúltera surpreendida em pecado (João 8 – 1:11), quem somos então, para proprietários de uma falsa verdade e um coração endurecido, apontar o dedo e julgar nossos irmãos pelos seus erros? Se Deus não julgou, não condenou, ao contrário, perdoou, porque nós achamos que somos cabíveis na cadeira de juízes? Talvez porque isso nos seja confortável. Talvez porque seja essa a maneira que encontramos, para colocar sobre nosso irmão, a lama que nos envolve, o pecado que nos acomete.

A Bíblia nos fala que “Onde abundou o pecado superabundará a graça”. Rotineiramente nos arrependemos prostrados diante de Deus, clamando por sua misericórdia, pelo seu amor, pelas suas bênçãos. Mas nos esquecemos de amar o nosso irmão, de orar pela sua vida e pedir a Deus que o salve, edifique, abençoe. Jesus morreu crucificado para nos salvar, isso não basta? Precisamos mesmo colocar outras vidas como sacrifício em nosso lugar?

Quem somos nós? Muitas vezes não me vejo como filho do amor de Deus. Sinto-me tão quebrantado em minhas orações quanto um muro de concreto, orando sem fervor, sem luz… mas lá no fundo, consciente de que aquela oração mesmo fria – porém perseverante – é capaz de quebrar muralhas em Jericó e mover montanhas (ALELUIA!). E oro crente, pedindo ao Pai misericórdia, porque vejo o quanto sou pequeno, que não sei orar, mas que o Espírito Santo de Deus intercede pela minha vida com gemidos inexprimíveis (leia a carta de Paulo aos Romanos, no capítulo 8 – 26:30).

“Disse Jesus a seus discípulos: É inevitável que venham escândalos, mas ai do homem pelo qual eles vêm!” (Lucas 17.1).

Quem somos nós afinal? Pecadores da língua e criaturas no mundo ou somos renascidos em Cristo e herdeiros da salvação pelo sangue de Jesus? Essa é uma questão que nos cabe responder e mais do que falar e proclamar o evangelho de Deus, precisamos antes vivê-lo, em espírito e em verdade (Tiago 1 – 22). Mais do que corrigir nossos irmãos e apontar-lhes o caminho, precisamos juntos percorre-lo rumo à vitória.

Oremos e vigiemos pelas nossas vidas. Há uma legião de demônios aguardando uma pequena brecha. Quanto às vidas de nossos irmãos, intercedamos e amemo-las.

“Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. Ora, temos, da parte dele, este mandamento: que aquele que ama a Deus ame também a seu irmão.” (I João 4 – 20 e 21).

* (Outras referências de leitura: Mateus 5.43:48, Mateus 18.21:22, Tiago 1.27, Lucas 11.13, Tiago 3.6, I João 2.6, Apocalipse 3.19)